Há quem goste delas curtas, há quem as aprecie mais longas, mas para nós o tamanho não importa, uma história merece sempre ser contada.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Do outro lado da mira: ménage à trois.

João entrou no restaurante que se aprontava para fechar. "Escusez moi monsieur, on ferme... Ah, Senhor João, não me tinha apercebido de quem se tratava! Entre por favor." Paris tem o bom e o mau de se poder encontrar um português em cada esquina. O restaurante estava vazio. Ter-se-ia enganado no restaurante? "Desculpe" perguntou ao empregado enquanto este preparava a mesa "reparei que entrou antes de mim uma mulher, alta, morena, olhos verdes. Não pude deixar de reparar nela...", "Sim!" respondeu o empregado com um sorriso "as gémeas Casaco! São três exactamente iguais e, perdoe-me a franqueza, é o pecado elevado ao cubo!". João não pode deixar de sorrir com a analogia matemática do empregado. "Estão numa sala privada, aqui ao lado. Mas infelizmente temos ordens para não as incomodar. Encontram-se aqui uma vez por semana, ora ao almoço e, por vezes como hoje, pedem que sirvamos o jantar."
João sentiu todo o seu corpo a ficar tenso, pronto para a acção. Se estavam ali as três tinha de encontrar uma maneira de se aproximar delas. Levantou-se e percorreu o restaurante até encontrar a porta que procurava. A placa não deixava dúvidas "Privée",a ao a empurrar encontrou-se na zona de trabalho do restaurante. Percorreu o corredor escuro e deserto tentando aperceber-se de alguma actividade, alguma conversa por trás das sucessivas portas que surgiam ao longo do corredor. Parou ao ouvir risos. Abrandou o passo e a respiração e encontrou a porta que queria. Por segundos, pensou nas suas hipóteses: matar as três e tentar ocultar o facto a Sérgio Andrade até conseguir libertar Leonor ou tentar aproximar-se das Anas e ganhar tempo para tentar sair desta situação. Inspirou fundo e abriu a porta. As três Anas estavam inesperadamente descontraídas! Descalças, com os seus sapatos de salto alto espalhados pelo chão, as camisas desabotoadas, os cabelos presos com as esferográficas "Montblanc". Uma delas massajava os pés da outra enquanto a terceira fumava descontraidamente um cigarro. Sobre a mesa estavam três pratos de moelas e algumas garrafas de "Casal Garcia"! Tratavam-se de portuguesas, seguramente! Apenas após alguns segundos se aperceberam da presença de João que se sentiu esmagado pelos olhares penetrantes daquelas belas mulheres, um intenso raio verde que lhe fez estremecer as entranhas. Gaguejou inconscientemente "Ehhh... Je cherche le toilette... pardon..." Uma das Anas repondeu, com um ar divertido "Estes avecs, sempre um bocado perdidos... Le toilette c'estbas, au fond.". Era a vez de João reprimir um sorriso "Perdoe-me senhora, mas nem só os franceses se perdem! O meu nome é João." As três Anas explodiram numa gargalhada irreprimível e convidaram João para se juntar a elas. João tremia de excitação e sentimento de sucesso.
Chamaram o empregado e pediram mais vinho. Disseram-lhe que se iriam demorar e que não queriam ser incomodadas. João apresentou-se como um banqueiro em viagem de negócios a Paris e elas revelaram que eram empresárias no ramo da transacção de obras de arte. João estava atento e tentava gravar cada pormenor da personalidade de cada uma. Como todas respondiam pelo nome de Ana tentou catalogar cada uma delas pela sua maneira de ser e estar. Uma delas tinha um olhar sensual, penetrante e poderoso. Dela emanava uma sexualidade mal contida e que dava a impressão de poder soltar-se a qualquer momento. Olhava frequentemente para ele com aqueles olhos verdes bem colados à sobrancelha e tocava frequentemente nas mãos e braços de João. Memorizou-a como Emanuelle. A segunda Ana era expansiva, divertida, simpática. Ria-se muito e alto e falava sobre tudo. Parecia estar magnetizada por Emanuelle e trocava olhares sugestivos com ela muito frequentemente. João baptizou-a como Marie. A terceira Ana era a mais reservada. Falava apenas o suficiente e quando interpelada. Parecia estar na defensiva com ele e perscrutava-os a todos com olhares demorados e inquisidores. Passou a ser a Soléne.
As horas escorreram e com elas o vinho. João tentava descobrir a mancha de cabelo que lhe desvendaria a verdadeira Ana Casaco, aquela que era o centro da sua missão. Sem sucesso. Emanuelle estava cada vez mais entusiasmada com o seu novo amigo. Obrigara-o a tirar o casaco e a desapertar a gravata, e os sapatos tinham sido atirados para um canto. "Fazemos isto uma vez por semana, para descontrair do mundo profissional! Mas nunca tínhamos tido um homem nas nossas pequenas festas privadas...". Acariciando o peito de João com as costas de uma das mãos enquanto acariciava os próprios lábios com a outra, Emanuelle aproximou-se de João. Sem aviso puxou pela gravata e beijou-o sofregamente. Marie, a cúmplice, encarregou-se de tirar a camisa de João rasgando-a e logo começou a lamber-lhe o peito. João lutava para não se desconcentrar mas isso era cada vez mais difícil. Já tinha seduzido mulheres para cumprir várias missões mas nunca isso lhe tinha dado prazer. Desta vez o prazer percorria-lhe o corpo, ondas de prazer espalhavam-se a partir de cada toque dos lábios daquelas mulheres. Estava perdido no meio dos jogos daquelas duas amazonas com o cio. Ainda viu o vulto de Soléne a fechar a porta mas desistiu de se manter alerta quando Marie lhe desabotoou as calças e o envolveu num quente e profundo beijo.

5 comentários:

Clementine Tangerina disse...

UUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU....isto não está fácil...! Nada fácil!!!

Ana C. disse...

Olha lá Michael. Três manas sofisticadas com montblancs a servirem de ganchos a massajarem os pés umas às outras e.... A COMEREM MOELAS COM CASAL GARCIA???
AH AH AH AH AH
Não arranjavas nada mais sofisticado, tipo ostras e moet chandon?
Já vi aqui um bocadinho das tuas fantasias espelhadas, mas o que fazer? Agora a batata quente está deste lado :)

Miguel disse...

As moelas... um pouco de humor subtil que folgo em constatar que não deixaste escapar!;)
Fantasias? Então vocês dão-me 3 gémeas de olho verde que se beijam na boca quando se encontram e estão à espera do quê: que as ponha a jogar à macaca?!?!
LOL, boys will be boys!

Banita disse...

LOL!!
Muito bom Miguel, como sempre e agora vamos ver como a verdadeira Ana Casaca(o) descalça esta bota, sim, porque o João já ficou sem sapatos!! ;)

Ana. disse...

Amei de paixão as moelas com Casal Garcia!! Haja alegria, haja Casal Garcia!!

;)