Há quem goste delas curtas, há quem as aprecie mais longas, mas para nós o tamanho não importa, uma história merece sempre ser contada.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Do Outro Lado da Mira - Desconfiança

Leonor deixou-o entrar na casa de banho e assim que o ouviu ligar a água do duche correu para o quarto. Vestiu o seu suave roupão de seda e abriu a gaveta do armário. Tinha que ser rápida. Sabia onde ele guardava a chave da secretária. A chave que ele nunca largava, que levava sempre consigo.
Sentiu a superfície gelada da chave na sua mão enquanto corria até ao escritório. O seu coração acelerado, todos os seus instintos alerta. Assim que deixasse de ouvir a água do duche tinha que devolver a chave ao seu devido lugar.
Ela tinha que abrir a gaveta mistério. Alguma coisa lhe dizia que era ali que João escondia o que quer que andasse a esconder.
O seu coração feminino nunca se enganava e ela tinha a certeza que o marido a traía. Nunca mais lhe tocara, nunca mais a olhara como um homem deve olhar uma mulher. Andava brusco, impaciente, irascível. Isso só podia querer dizer uma coisa...
A mão trémula conseguiu encaixar a chave na pequena fechadura e ao abri-la, nem ela própria estava preparada para o que se revelava do seu interior.
Pegou na primeira fotografia que repousava sobre o extenso molho. Uma mulher de traços nobres, sofisticada, sorria para a câmara, como se a namorasse. Ela abafou um pequeno grito quando leu a mensagem escrita nas costas da fotografia.
" Tua Até à Eternidade"
Leonor colocou a fotografia sobre as outras e virou a sua atenção para um pequeno envelope escrito com uma caligrafia muito feminina.
Ao Cuidado de Sérgio Andrade.
- Sérgio Andrade? - Pensou e repensou aquele nome, tentando encontrar algum sinal na sua memória que lhe dissesse que o conhecia. Mas uma voz interrompeu o seu pensamento:
- O que é que pensas que estás a fazer Leonor?
Ela deixou cair o envelope e olhou o marido num misto de culpa e incredulidade.

4 comentários:

Miguel disse...

Por acaso tinha imaginado o João como um solitário que usava as mulheres como parceiras sexuais descartáveis mas pronto... assim adensa-se o enredo!!
Mas tu também... logo na primeira parte colocas-me no meio de um conflito marido mulher com uma foto sugestiva e um nome desconhecido pelo meio!!!

Ana C. disse...

Miguel pensa, pensa, pensa...
Eu não sou de escrever nada por acaso :)

L. disse...

Bem... voltamos à situação de: preciso de ler já o próximo capitulo.

Vocês estão cada vez melhores.

Banita disse...

Eu também tinha entendido que o João não estava a dormir com a sua mulher, mas com uma mulher, mas possesões à parte: Ana, deixaste o Miguel à nora outra vez!! hi, hi, hi
Miguel: agora, safa-te!
Beijinhos para os dois! E um fds bom e cheio de inspiração;)