Há quem goste delas curtas, há quem as aprecie mais longas, mas para nós o tamanho não importa, uma história merece sempre ser contada.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

O Palpitar da Paixão - Não está a sair nada!

Gente, comecei 3 ou 4 vezes e saiu sempre tortinho, menos bom do que o habitual, e eu sou gaja vaidosa, prefiro não fazer a fazer coisas indignas. Se mais tarde ou amanhã não estiver cá nada, eu já serei capaz de qualquer coisa engraçada, julgo eu. Mas quem quiser adiantar-se para manter o comboio do fogo e do amor a apitar, força!

terça-feira, 28 de julho de 2009

MELISSA MEXE OS GLÚTEOS

Se não sou eu a chefe suprema desta ditadura a empurrar o proletariado para o trabalho...
MELISSA MEXE OS GLÚTEOS que a nossa fã número 1 (Nuvem) já se queixa de formigueiros.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

O Palpitar da Paixão: Netherfield, o duro.

Mr. Netherfield olhava Gina distantemente. O choro daquela mulher completamente nua não parecia despertar nele qualquer tipo de emoção. Nem comoção, nem angústia, nem excitação. Nada. Respirou fundo e voltou-lhe as costas, dirigindo-se à porta

-Descanse Gina.

Apertou a maçaneta da porta com as suas mãos ao mesmo tempo másculas mas bem tratadas quando Gina falou

-Thomas.

Netherfield largou a porta. Havia algo naquela voz que o impedia de sair. Ouvia Gina a falar enquanto sentia que ela se aproximava.

-Thomas... porque vais já embora? Aqui estou eu, só num quarto austero e frio, nua e carente... afinal quase morri num incêndio...

Gina entoava esta frase como um lamento mas Netherfield percebeu a provocação escondida.

-Menina Gina. Está a ultrapassar os limites. Vou esquecer isto considerando que ainda está sob alguma tensão...

-Oh sim, Thomas, imensa tensão!! E preciso mesmo de a descarregar...

Neste momento Gina encostava os seus seios voluptuosos ás costas largas e musculadas do patrão, enquanto o envolvia com os braços, as mãos percorrendo o peito e o abdómen sólidos e agora retesados. Puxou a camisa de Thomas para fora das calças e desabotoou-lha lentamente. Netherfield mantinha-se estático, olhando em frente, quase como se estivesse hipnotizado. A sua vontade era a de sair porta fora, mas sentia-se dominado pela voz daquela desconhecida. Estremeceu ao sentir os mamilos erectos e duros nas suas costas e sentiu um movimento ondulante na sua braguilha. Tentou combater a traição do seu corpo mas estava perdido. Gina beijava-o luxuriosamente o pescoço, lambia-lhe as costas. As suas mãos estavam por todo o seu corpo, evitando deliberadamente qualquer tipo de contacto com o fecho das suas calças, mantendo aprisionada toda a virilidade deste homem dominado. Gina brincava com ele, provocava-o. Mordia-o levemente apenas para sentir a pequena convulsão que isso lhe causava. Netherfield respirava agora rapidamente, mas de uma forma ritmada, controlada. Fazia um último esforço para não ceder. Gina finalmente desapertou-lhe o cinto e depois o fecho das calças. As suas mãos ficaram preenchidas com toda a masculinidade de Netherfiel. Gina sorriu e comentou

-Agora percebo a fama de homem forte, austero e... duro!

Thomas soltou-se! Voltou-se subitamente para Gina e assustou-se momentâneamente com o laivo de loucura que viu bailar no brilho dos seus olhos. Mas isso passou assim que Gina mergulhou a sua língua nos lábios dele. Como um animal com o cio, Thomas retribuiu o beijo quente e molhado mas, agarrando Gina pelos quadris, levantou-a como se de uma pena se tratasse e encostou-a violentamente à parede. Gina gemeu de um misto de dor e excitação. Afastou as pernas e mostrou-lhe o caminho para a recompensa por a ter salvo. Thomas envolveu-se entre as pernas de Gina e, agarrando firmemente o seu membro do prazer duro e hirto, penetrou Gina lentamente. Sentiu o seu calor a envolver todo o seu comprimento e a espalhar-se simultâneamente para as pernas e pelo peito. Aquela caverna húmida apertava-o e convidava-o a entrar mais dentro. A sua pélvis iniciou movimentos bamboleantes lentos no início. Gina estava deliciada. Lambia os lábios como se tivesse acabado de digerir uma iguaria rara. Arranhava-o nas costas descendo as suas mãos até ás nádegas contraídas de Netherfield. Cravou-lhas fundo naqueles glúteos definidos e suados e Thomas urrou de dor e prazer. A dor penetrou no seu corpo e transformou-se numa onda que aumentou o tamanho e a rigidez do lenho de Thomas. Aumentou o ritmo dos movimentos pélvicos e Gina gemia agora alto e ritmadamente. Thomas bufava como um touro a ser provocado na arena, pressentindo o fim e lutando para prolongar a sua estadia naquele paraíso quente e agora molhado. Sentia o íntimo de Gina a escorrer-lhe pelas pernas. Gina arqueou as costas e mordeu o lábio, sangrando. Apertou Thomas com as pernas puxando-o para o mais fundo dos seus lugares e gritou! Uma e outra vez. Estava descontrolada, o seu corpo tremia, arranhava a parede com os braços abertos. Estes movimentos descontrolados derrotaram Netherfield. Sentiu uma explosão com o epicentro no seu peito que percorreu todo a sua dureza e explodiu dentro de Gina, inundando-a com a sua seiva da vida. Desfaleceram ambos e caíram no chão.
Thomas levantou-se, de olhar duro e frio e subiu as calças. Sobressaltou-se com um ruído nas suas costas. Uma velha foto da família Netherfiel estava no chão, o vidro e a moldura estilhaçados. Thomas viu a face alegre da sua falecida esposa e sentiu-se culpado. Gina acordou do torpor que se acometeu dela e exclamou: Meu Deus, que fiz eu?. Thomas saiu, batendo com a porta deixando Gina entregue à sua incredulidade.
Num canto escuro do quarto um vulto etéreo sorria vitoriosamente enquanto desaparecia nas sombras.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

O Palpitar da Paixão - Ajoelha-te e Reza

Foi sacudida por vários espasmos até se aperceber que um intenso cheiro a fumo lhe atingira os sentidos, atordoando-a por completo.
Sentiu a relva molhada sob o seu corpo despido e uma mão gelada esbofeteava-lhe o rosto contorcido pela tosse.
Lembrava-se vagamente de um rosto jovem e imberbe, de uma mão suave que a tocara no mais íntimo de si para compensar um membro frouxo, que se recusara a inchar e mais nada. Sonhara que sentira fome, que passeara no jardim com o dono da casa, mas aquela relva debaixo da sua pele, sentia-a pela primeira vez, nunca tinha estado ali e o contacto físico com a terra molhada era a única coisa que lhe dizia que não estava de novo a sonhar.
- Por favor, acorde!
Uns lábios aveludados e de sabor doce tocavam os seus, enquanto sopravam ar para dentro de si, tentando puxá-la para a vida, mas Gina sentia-se a flutuar. Deixou que aquele homem a ressuscitasse vezes sem conta, até ele próprio ser consumido pela exaustão.
O sabor daquela boca era como regressar a casa, a um território familiar demais, apesar de totalmente desconhecido.
- Está a acordar, ela está a acordar! Por favor Constança, ofereça qualquer coisa aos bombeiros, eles foram incansáveis, tu Carvalho leva os cavalos de volta ao estábulo e assegura-te que não há acidentes! Chega de espectáculo por hoje! Daniel, o que é que estás a fazer aí parado? Ajuda o Carvalho no que puderes!!!!
Gina descerrou o olhar apenas o suficiente para ver o homem que a recebera nessa manhã e que se fizera passar por dono da propriedade, com um cavalo pela mão e aquele jovem…
Mas quem era esta gente? Aquele rapaz que entrara no seu quarto e com quem... Ela nem conseguia lembrar-se sem que um arrepio húmido a percorresse. E aquele homem gentil, cujos lábios doces a resgataram dos braços da morte, quem era ele?
- Sim Sr. Netherfield. Não se preocupe com os animais, estão só inquietos.
Gina quis levantar-se, mas só então percebeu que se encontrava completamente nua, trémula de frio.
Apercebendo-se do seu constrangimento, Thomas Netherfield colocou-lhe o seu casaco axadrezado sobre o corpo, cobrindo-lhe os seios nus.
Gina olhou-o sem saber o que dizer, como reagir.
-Eu peço imensa desculpa Sr. Netherfield, não sei o que aconteceu.
Mas antes que pudesse dizer mais uma palavra foi elevada em peso pelos braços fortes e másculos daquele homem distinto.
- Não fale. Engoliu muito fumo não deve esforçar-se…
- Mas eu consigo perfeitamente andar, já estou bem e…
Os passos firmes daquele homem que a carregava como uma pluma, disseram-lhe que não valeria a pena tentar contrariá-lo.
- Cheguei agora de viagem e vi as labaredas que saíam da janela…
- Salvou-me…
- Salvei a propriedade, o fogo não passou do seu quarto. – A sua voz era fria e eficiente. Parecia completamente indiferente ao facto de carregar uma mulher nua nos braços.
Já Gina parecia consciente de cada dedo que lhe marcava as pernas. Mas o que é que tinha aquele sítio para a deixar assim? Porque é que tantas governantas entravam e saíam? Porquê aquele fogo constante que a queimava por dentro e por fora? Será que ela própria com o calor do seu corpo provocara o incêndio?
- Houve um engano, eu pensei ter falado consigo hoje, mas pelos vistos…
- Era o Carvalho, o nosso faz-tudo. Incumbi-o de escolher a nova governanta.
Entraram numa pequena casa no fundo do jardim – O refúgio, pensou Gina. Mas como se sonhara?
Thomas pousou-a gentilmente sobre um sofá. Gina apertou o casaco contra si, apesar de ele nem parecer reparar que ela se encontrava despida.
- Esta noite pode ficar aqui. – Abriu uma gaveta e tirou uma camisa que estendeu na sua direcção. – Vou pedir à Constança que lhe traga algumas roupas. Tudo o que tinha no seu quarto ardeu.
- As minhas fotografias… - Apercebeu-se que as lágrimas molhavam o seu rosto chamuscado, enquanto toda ela se agitava, soluçando. Perdera tudo, cada recordação que trouxera, o pouco que ainda sobrara da sua vida, tudo se esfumara...
Thomas ficou imóvel de pé, olhando aquela mulher pálida, quase translúcida que chorava e estendeu-lhe o rosário que a acompanhava desde criança:
- Tinha isto na mão quando a tirei do quarto, nem tudo está perdido.
Gina tentou sorrir enquanto segurava o rosário, mas senti-lo entre os dedos fez com que se lembrasse de tudo o que tinha acontecido naquele quarto. Meu Deus como pecara, o que fizera com aquele rosário? Que entidade a possuíra deixando-a sem credo e sem fé? Todo o seu corpo se agitava num profundo choro e sem que se apercebesse, o casaco axadrezado de caça que ele lhe pusera sobre os ombros, escorregara deixando-a completamente desprotegida do olhar aparentemente frio do Senhor de Netherfield, os seus seios leitosos e firmes, adornados por dois mamilos perfeitos e comprimidos pelo frio, a sua púbis dourada e escondida pelas pernas dobradas, o ventre que formava uma pequena curva e onde se via uma cicatriz rosada…
No meio de toda a comoção, nem Gina, nem Thomas perceberam que mais alguém se encontrava naquela divisão. Uma presença etérea envolta numa luz e um sorriso, um sorriso verdadeiramente assustador...

O Palpitar da Paixão - A casa abrigo

Gina acordou sobressaltada, aquele não era um sonho normal, tinha sonhado com o enteado do Sr. Carvalho, apesar de nunca o ter visto sabia que ele existia. A empregada que lhe tinha feito a visita guiada pela casa, falou maravilhas do jovem galã. « Só pode ter sido por isso, eu nem tenho tendências para jovenzinhos...» pensou ela enquanto puxava a combinação para a voltar a vestir. Mas ela deixava transparecer uma tristeza no olhar, por ter acordado daquele sonho que tinha tudo para ser um bom sonho.

Levantou-se, bebeu um copo de agua do jarro de vidro que estava em cima da cómoda e abriu a janela. Apesar de ser uma casa fria, sentia-se quente e sabia que não iria conseguir adormecer tão cedo.

Vestiu o robe e desceu até ao jardim, para se tentar refrescar um pouco. Desceu a escadas de serviço para funcionários, e passou pela cozinha para tirar uma maça. Estranhou, havia um café em cima da mesa, confirmou pela chávena se ela estava quente. « Ainda está alguém acordado, deve ser a distraída da minha colega nova, só pode», quando se virou para ir até ao jardim foi surpreendida por uma voz grossa atrás de si.
- Então perdeu-se pela casa? - Questionou o Sr. Carvalho
- Não, vim só pegar uma maça porque estava com fome.
- Esteja à vontade, aqui os empregados comem do mesmo que nós, não existem restrições.
- Muito Obrigado. Vai desejar alguma coisa ?
- Vou, quero companhia pelo jardim, vinha buscar o meu café quente para depois ir até ao meu esconderijo.
- Esconderijo?
- Sim, parece que ainda não conheceu o jardim!
- Por acaso não, ainda não!
- São quase 1500 metros quadrados de jardim, onde existe um mundo...há uma casa de hospedes no lado direito da casa e num recanto do lado esquerdo existe o meu abrigo. Que é onde escrevo, onde ouço música clássica sem que ninguém me chame de louco, onde ando nu pela casa.
- hihih! - Gina riu inocentemente das ultimas palavras do sr. carvalho.
- É verdade Gina, sabe que dizem que faz bem à saúde andar nu em casa, devia tentar!
- Ah sim, um dia destes experimento...mas fique descansado que o farei quando estiver em minha casa...não quero correr riscos de estar aqui no meu quarto e alguém entrar!
- Não sei porque, tem um corpo tão elegante de certeza que ninguém se iria assustar.
- Obrigado, mas é melhor não.
- Mas como eu estava a dizer, ninguém entra no meu abrigo, alias costumava entrar a Júlia, que era a Governanta que a Gina veio substituir...só ela tinha autorização para limpar o que estava sujo e meter tudo em dia.
- Uhm.. - Gina abanou a cabeça em sinal de concordância.
- Relativamente a si trataremos de ver o seu desempenho nas suas funções na casa grande e depois falamos sobre isso.
- Com certeza Sr. Carvalho.
- Bem já é tarde, volte para o seu quarto que amanhã o dia amanhece bastante cedo.
- Até amanhã, resto de boa noite.

Gina virou costas e ficou a pensar na história do abrigo, para ela aquele abrigo era uma desculpa para ele levar para lá as empregadas tenrinhas para lhes prestarem serviços extras. Gina sentia-se incomodada com a possibilidade de ter que fazer "limpeza" aquele abrigo. Ao mesmo tempo achava estranho, pois a mansão onde vivia era suficientemente grande para ele fazer as limpezas dele e mais algumas, e sem que ninguém percebesse. Jurou que ainda iria descobrir o mistério à volta da vida sexual do Sr. Carvalho.
De regresso ao quarto, passou pela cozinha novamente e foi surpreendida com um jovem sentado em cima da bancada da cozinha com uma taça de gelado na mão.
- Boa noite. - Disse-lhe Gina.
- Olá, olá...o que temos aqui...
- Sou a Gina a nova governanta...
- Já me tinham falado de ti, mas nunca pensei que fosses tão...tão...bo....bonita! Sou o Daniel.
- Muito prazer! Precisa de alguma coisa?
- Uiiiiiii precisar, até precisava...mas hoje é melhor não...
- Então nesse caso vou-me recolher.
- Sim, Sim recolha-se é melhor...antes que...
- Até amanhã Sr. Daniel.
- Durma bem Gina! - Mandando-lhe um beijo barulhento o suficiente para a deixar perturbada.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Nota da Editora

Sendo que a Editora sou eu. Ninguém aqui é obrigado a escrever se não estiver para aí virado. Isto não é uma ditadura. Sempre que se der o caso de algum de nós não estar com a inspiração, disposição, ou qualquer outra coisa acabada em ão, pode passar a bola.
Obrigada.
A Editora, Chefe de Redacção e Chefe de poder absoluto sobre a corja que por aqui anda:
Ana C.

O Palpitar da Paixão - Mas livrai-nos do Mal

Gina olha à sua volta. o quarto que lhe atribuíram é pequeno e austero: uma cama estreita, uma mesa de cabeceira pesada com uma vela (“a energia falha muitas vezes nos cómodos dos empregados”, disse-lhe a jovem criada que a trouxe para o quarto) e um roupeiro. Sobre a cama, um terço de madeira oitocentista velaria o seu sono. Gina benze-se com um humilde baixar de olhos.

Abre a sua mala e vai tirando de lá os seus parcos pertences: alguma roupa de tons escuros, um missal e um rosário. Uma fotografia dela própria com um grupo de freiras.
“Que Jesus e Maria te acompanhem sempre – Orfanato das Madalenas Descalças, 1988”. Gina apoia a fotografia na vela, de modo que as doces irmãs também zelem pelo seu sono.

Depois de arrumada a roupa no roupeiro, Gina começa a preparar-se para a noite. Desabotoa lentamente a sua camisa e deixa escorregar a sua saia pelas pernas abaixo, ficando apenas de combinação. A noite é fria... Muito fria, mas algo a aquece por dentro. O Fogo de Deus, pensa. O Fogo de Deus, que também guiou os meus passos até esta casa. Sente-se tão quente que tira a combinação num impulso, ficando apenas com as suas cuecas de algodão cru.

Atira-se para a cama e começa a rezar. De súbito, no meio da oração, eis que lhe surge em meio aos seus pensamentos mais pios a imagem bruta e sofrida do Sr. Carvalho e uma nova onda de calor a invade. É impossível afastar da sua mente os contornos do corpo daquele homem: os ombros protectores, as mãos ásperas, as nádegas bem definidas. O cheiro dele. Nunca sentira algo com esta intensidade antes e era muito diferente do Fogo de Deus. Este novo calor tirava-lhe o domínio sobre o próprio corpo e conduz-lhe uma das mãos às suas partes mais íntimas. É o diabo, pensa. Gina tenta ir contra o impulso malévolo e recita uma oração em voz alta, muito alta, tentando voltar ao seu curso de pensamento, mas todo o seu corpo pulsa, pulsa com calor e ao ritmo do seu coração acelerado. É uma batalha dura.

- Santificado seja o Vosso Nome... Venha a nós.... ahhhh.... o Vosso... ahhhh.....!!!

É tudo muito forte para ela e não resiste mais à tentação, brincando livremente com o seu próprio corpo. O Diabo venceu hoje, mas amanhã confessar-se-á e tudo ficará bem.

- Menina Gina... Menina Gina...?

Gina abre os olhos. Será que as suas preces foram atendidas e tem ali diante de si o próprio Senhor, que a veio resgatar da imundície? Está muito escuro e Gina resolve acender a vela.
Tem diante de si um jovem de cerca de 19, 20 anos, muito afogueado diante daquela mulher voluptuosa e semi-nua à sua frente. Gina leva as mãos aos seios, a proteger-se.

- Quem é você?
- Daniel Netherfield, menina. Enteado do Sr. Carvalho.

Há uma pausa. O jovem é louro, tímido, franzino. Sob a luz da vela ainda parece mais frágil do que é.

- Vinha trazer-lhe este cobertor. Está muito frio.

Gina levanta-se e aproxima-se do jovem. Sente o diabo ainda dentro de si, como se este lhe tivesse enviado este presente especial.

- Sim, está muito frio – diz Gina, à medida que se aproxima do jovem – Muito, muito frio. Mas não preciso de cobertores, pois não...?

Gina beija os lábios ao jovem, que demora a processar o que está a acontecer naquele momento. Resiste.

- Não resista, menino Netherfield... Já tentei. Mas ele é mais forte do que nós os dois.

Em carícias, Gina desce pelo corpo de Daniel abaixo. O rapaz entrega-se, finalmente.

Na mesa de cabeceira, a vela acesa tocou a foto das Irmãs Madalenas Descalças. A foto arde, invadindo o quarto com sombras bruxuleantes.

terça-feira, 21 de julho de 2009

O Palpitar da Paixão - Frémito da Mentira

Gina sentiu um frémito percorrer-lhe o corpo inteiro enquanto via as nádegas presas dentro das calças de ganga do Sr.Carvalho e pensou: Olha mas que Carvalho que não me sentia assim desde os anúncios da Levis 501.
Just Kiding, foi só para te assustar Melissa :) O palco é teu

segunda-feira, 20 de julho de 2009

O Palpitar da Paixão: na casa do Carvalho.

O Sr. Carvalho não era de todo o que Gina imaginara. Tinha-o idealizado como um homem envelhecido pela perda, velho. A sua viuvez associada com a sua fama de incurável irascível tinham incrustado na mente de Gina a imagem de um velho chato, rezingão e insuportável. Mas não era esse homem que se detinha em frente a ela. Em vez disso, o Sr. Carvalho revelara-se um homem de porte. Alto, musculado, com o cabelo levemente grisalho e farto, penteado naturalmente para trás dando relevo aos seus olhos castanhos, de olhar duro. O nariz longo revelava algumas mazelas de lutas antigas e a boca era fina. Gina sentiu o magnetismo animal daquele homem ao mesmo tempo rude e imponente. Recompôs-se:
-Desculpe. O meu nome é Gina e venho candidatar-me ao lugar de governanta desta casa.
A sua voz saiu firme e confiante, muito embora Gina sentisse todo o seu corpo a tremer
-Pois bem. Eu sou o dono desta casa. Pode chamar-me Sr. Carvalho. Passemos então à entrevista.
-Aqui?
-Qualquer lugar serve. Se não estiver satisfeita, pode voltar para de onde veio minha senhora.
-Pois bem, comecemos.
-Tem experiência na função a que se candidata?
-Bom, tenho estado a tomar conta da minha própria casa nos últimos 10 anos. Penso que que isso se pode qualificar de experiência.
-Minha senhora, se vem para fazer perder o meu tempo...
-Não, de todo Sr. Carvalho. Acredito que posso prestar um bom serviço na sua casa e ser uma referência para todos os criados e as suas visitas. Aprendi a estar presente sem ninguém dar por mim.
Este argumento pareceu agradar a Carvalho. Abriu um sorriso trocista.
-Veremos. A senhora dona...
-Gina.
-...pois, Gina. A senhora tem uma figura muito elegante, isso é certo. Fica com o trabalho.
-Desculpe, mas está a oferecer-me o trabalho pela minha figura. Isso é...
-Quer ou não o lugar?
-Sim...
-Amanhã às 8 servem o pequeno almoço. Quero vê-la junto à mesa.
Carvalho virou as costas a Gina sem mais uma palavra e afastou-se. Gina permaneceu imóvel no caminho observando aquele homem a afastar-se e deu por ela fixamente a olhar para as costas largas daquele homem com as suas calças de ganga gastas bem justas.
(Desculpem mas não me contive... chamem-lhe ejaculação precoce!)
Desculpa Melissa, a próxima é tua!!

MELISSA ONDE ESTÁ A NOSSA PAIXÃO PALPITANTE?

MELISSA os fãs aguardam em êxtase. Onde andas tu mulher que devias andar a dedicar-te à pornochachada!!!!!

quinta-feira, 16 de julho de 2009

O Palpitar da Paixão

Gina olhou-se mais uma vez ao espelho e com a mão trémula limpou as lágrimas que rolavam pela face sem permissão.
Sabia que o tempo se limitara a acariciar a sua pele, investindo-a de pequenas, quase imperceptíveis rugas que mal faziam história, mas mesmo assim sentia-se a mulher mais antiga do mundo.
O final do seu casamento com um homem que nunca a amara de verdade, seguido de um divórcio tumultuoso, em que ele arranjara forma de ficar com os dois filhos menores e de a deixar sem nada, investira-a de uma força que não sabia possuir. De dentro de si nasceu uma verdadeira leoa, disposta a lutar com unhas e dentes pelas suas crias, nem que para isso fosse preciso virar a sua vida do avesso.
E fora precisamente isso que fizera. Apesar de ser uma mulher culta e sensível não teve qualquer problema em candidatar-se àquele lugar de governanta na célebre Mansão de Netherfield.
O seu proprietário, um viúvo austero e solitário, que nunca recuperara totalmente da trágica morte da sua esposa, era conhecido pelos seus ataques de ira para com o pessoal de serviço. Mas nem isso, nem o facto de ser a sétima governanta a candidatar-se no espaço de um ano, a dissuadiram da entrevista a que estava prestes a submeter-se.
Disfarçou as lágrimas o melhor que conseguiu. Prendeu o seu longo cabelo loiro com um grosso elástico. Deteve-se cautelosamente na escolha da roupa a usar, pois não poderia mostrar de mais, nem de menos. Sabia que tinha que ser sensata, agora mais do que nunca. Precisava daquele trabalho, de recuperar os filhos, de dar a volta por cima da sua própria vida. Não podia falhar logo na primeira etapa. A entrevista tinha que ser perfeita. Por isso revelaria apenas o estritamente necessário.
Apesar de possuir umas pernas bem torneadas, deixaria apenas adivinhar os seus contornos sob a saia comprida. Os seus seios, firmes e generosos, surgiriam escondidos debaixo de um tímido decote.
Teria que encarnar a governanta perfeita. A mulher capaz de gerir uma casa de tradição sem pestanejar. Capaz de engolir um insulto sem perder a pose. Teria que ser alguém que não era de todo e isso era o que a deixava mais nervosa.
Foi com o coração em sobressalto que passou os portões da imponente propriedade. Olhou em volta e percebeu que estava perante uma paisagem de cortar a respiração, a imensidão de verde, salpicada de quando em vez por um contorno de céu, deixou-a deslumbrada e pensou que quem quer que vivesse ali não poderia ser uma pessoa tão gelada quanto a pintavam.
Seguiu a pé pelo caminho empoeirado que conduzia à mansão, ajeitou mais uma vez o cabelo um pouco desalinhado e respirou fundo, projectando o peito bem para fora, desenhando uma curva que se confundia com a bucólica paisagem.
- Onde é que pensa que vai?!
Gina olhou na direcção daquela voz rouca e viril que arrepiou cada recanto da sua pele e não queria acreditar no que os seus olhos viam...

Nota de Rodapé: Meninos e Meninas isto não sou eu. Foi a Corin que encarnou em mim, por favor, nada de confusões...

Homenagem Inspiradora




Para irmos sentindo o ambiente que se segue, aqui ficam umas fotografias de algumas obras primas desse mito do romance de gaja desesperada, Corin Tellado.
Uma das memórias mais vívidas que tenho da minha infância é a imagem da minha bisavó Irene sentada num sofá, solitária, segurando numa mão um cigarro que levava aos lábios sempre pintados de vermelho e na outra um destes livrinhos onde se perdia horas seguidas, sonhando no que poderia ter sido a sua vida e suspirando.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Do outro lado da mira: Ne te laisse pas influencer par la première image.

João saiu calmamente do restaurante. Estava confuso e ele detestava isso. Toda a sua vida tinha sido simples como um disparo. Avistava o alvo, encurralava-o e puxava o gatilho. O seu coração acelerava, sentia a urgência do tempo a passar. "Vinte e quatro horas", pensou, "tenho 24 horas para descobrir como vou salvar Leonor, apanhar o quadro e, mesmo assim, evitar matar Ana." Sentia que aquela mulher era inocente no meio de toda a história, um peão manietado por alguém. "Sérgio Andrade". Calmamente, desceu a Av. Champs Elysées enquanto colocava as ideias em ordem. "Preciso do quadro para salvar Leonor, mas se o entregar a Sérgio o Banco mata-me. Ana foi bem clara quanto ao valor que o quadro tem para ela, por isso não o vai entregar sem luta. Mas porquê? E a vigia, a quem respondia ela? E quem é Mel?" Demasiadas perguntas, pouco tempo para responder. João tomou uma decisão " Vou fazer como sempre: sigo o meu instinto. Disparo primeiro, pergunto depois!"


Entrou no quarto de arma em punho e uma mulher igual a Ana esperava por ele. "Olá Mel!" disse com um sorriso para logo disparar um tiro certeiro no seu peito. Ela caiu, uma máscara de desespero cobriu a cara que antes ostentava um ar superior e arrogante. Agarrou o quadro e dirigiu-se à mulher, agónica e a tremer de frio. "Diz-me para quem trabalhas e poupar-te-ei a horas de sofrimento..."

"Eles sabem que o Sérgio tem a tua mulher..." respondeu com uma voz quase inaudível "o quadro, querem o quadro..."

"Eles?? Quem? QUEM?"

"O Banco."

João disparou um tiro certeiro na testa de Mel.

"O Banco? Mas como?.... MERDA!!" Vasculhou o corpo da mulher que jazia morta em frente a ele. Pesquisou a sua face, afastou o cabelo e descobriu. Uma pequena linha de sutura denunciava-a. Mexeu-lhe na face e esta mexeu, como se se soltasse dos ossos. "Disfarçaram esta agente para se parecer com Ana. Queriam estar certos que eu lhes levava o quadro..." Já não se tratava apenas de uma missão normal, era um teste de lealdade ao Banco. Saiu com o quadro embrulhado num lençol e pensava em Ana. O que lhe teria acontecido? Sentia-se aliviado pois uma das exigências de Sérgio foi deixar Ana em paz. Mas o seu instinto dizia-lhe que ainda a iria encontrar. O telefone tocou. A mesma voz sensual e feminina que lhe ordenou a missão. "João, meu querido! Tens um avião á espera para regressares a Lisboa. Ah, e trás o quadro sim?"

"Mas, Leonor..."

"Sabias que este era um trabalho perigoso. Nunca devias ter-te envolvido." Desligou.

Mais uma chamada. Leonor. "Olá meu velho! Tens 12 horas para entregar o quadro. Lisboa, no parque de estacionamento por baixo da Vasco da Gama." Mas como estavam ambos os interessados tão bem informados acerca dos seus movimentos?? Olhou em redor e viu-a. A vigia jogava nos dois campos. Ela acenou-lhe e desapareceu nas ruas escuras de Paris.

Nas quase três horas de viagem entre Paris e Lisboa, João considerou todas as suas hipóteses. Sabia que, mal pusesse pé na pista de aterragem estaria a ser vigiado pelo banco, Lisboa pertencia-lhes, eles eram intocáveis. Mas Leonor. Apesar de já não sentir nada por ela, devia-lhe respeito. Não podia simplesmente deixá-la morrer. Mas, mesmo que conseguisse resgatar Leonor e manter o quadro na sua posse, mesmo que entregasse o quadro ao Banco depois de salvar Leonor, eles nunca iriam permitir que voltasse à organização. E ninguém sai do Banco. Vivo, pelo menos. Em Lisboa a sua chefe aguardava-o. Uma mulher madura, nos seus cinquenta, mas muito bonita e elegante. Entrou no carro. "João. O quadro?" Ele olhou para trás e ela viu o motorista colocar o quadro na mala do carro. "Muito bem. E Leonor?" João saiu do carro sem dizer uma palavra.

A noite cobriu Lisboa. O parque designado por Sérgio era convenientemente afastado e pouco iluminado. Uma carrinha preta estava parada ao fundo do parque. Dois homens saíram da carrinha quando João se aproximou. Armas apontadas, caras tapadas "O quadro?" perguntaram.

"Onde está Leonor?" A porta traseira da carrinha abriu-se e um terceiro homem arrastou para fora uma mulher com a cabeça coberta. Reconheceu o vestido e a pulseira de Leonor.

"O QUADRO??"

"Calma, calma... cá está." retirou uma tela cuidadosamente enrolada de dentro do casaco. Quando matou Mel reparou numa reprodução exacta do Modigliani pousada em cima de uma mesa. Devia fazer parte de um qualquer plano de fuga de Ana. Agora esperava que o pudesse ajudar.

"E a Ana? Morta? Não fazia parte do acordo..."

"Não sei da Ana! Tanto quanto posso imaginar foi eliminada por outro agente do banco... não tenho nada a ver com isso."

"Muito bem... façamos então o nosso negócio."

"Sérgio Andrade... ao telefone não o imaginei um cobarde! A esconder a cara... Mostra-te!"

"EU SOU SÉRGIO ANDRADE!!" uma voz feminina ecoou entre os pilares da Ponte e saiu das sombras.

"Quem? LEONOR....? Mas... como...." João nunca se tinha sentido tão surpreendido e tão perdido. "TU!?!?"

"Meu amor... sempre me julgaste uma mulher fútil, desligada, um pouco burra até. E tinhas a tua razão, afinal eu nunca quis ver quem tu eras. UM MENTIROSO!! Com quantas mulheres já estiveste depois de mim? QUANTAS JOÃO? Dei-te tudo de mim, aguentei as tuas "viagens de negócios" como chamas ás tuas aventuras. E depois aquela foto. Aquela mulher, aqueles olhos, aquele olhar. Sabia que nunca podia competir com aquilo!! Eu, a tua mulher usada e chata, a quem tu rejeitas chamadas e carinho. Aquela que tu FODES quando chegas a casa frustrado do trabalho!! Eu sou o caixote do lixo das tuas frustrações... olha o que me fizeste..."

Então era isso. Leonor estava tomada pelos ciúmes "Leonor, eu... estás louca."
"CALA-TE!" deu um sinal ao homem que segurava a mulher misteriosa e este revelou-lhe a face: Ana!
"Agora, meu cobarde, QUERO QUE A MATES!!! MATA-A JÁ OU MORREM OS DOIS!"
João tentou ganhar tempo. Mais uma vez estava certo, Ana era uma vítima.
"Mas como? Como descobriste? Quem são estes homens?"
"Quando vi a foto desta PUTA na tua secretária decidi que bastava. Estava farta das tuas mentiras. Estes homens? Não é difícil encontrar quem esteja disposto a matar por uma boa quantia. Que vai sair da tua conta, já agora!! Depois eles encarregaram-se de encontrar quem te seguisse em Paris e raptaram esta desgraçada. E cá estamos nós."
"Amadores." Pensou João "Uma cambada de amadores..."
"DISPARA!" gritou Leonor.
João disparou. Um tiro certeiro no pescoço de Leonor acabou com ela, seguido quase simultâneamente por um tiro na cabeça do raptor de Ana. Os dois outros homens largaram as armas e fugiram, apavorados. Ana chorava compulsivamente e João abraçou-a.
"Desculpe, desculpe João... eles ameaçaram matar-me..." o choro tomou conta dela.
João aproximou-se do corpo de Leonor, baixou-se e acariciou-lhe a face "Não me deste escolha."
Pegou em Ana e desapareceu. O telefone tocou "João, seu malandreco!!" era a sua chefe "a missão está concluída, o cliente ficou satisfeito com o seu novo Modigliani! Viu as fotos da "Ana" que mataste em Paris nos jornais e ficou deliciado!! Estás livre por agora. E a Ana?"
"Está comigo."
"Leonor?"
"Morta."
"E o que vais fazer com o quadro?"
"O quadro?"
"João, a besta que pagou esta missão não quis saber do quadro. Pendurou-o numa parede de uma das suas mansões e nunca vai olhar para ele. Mas eu sei que me entregaste uma réplica... o que vais fazer com ele?"
"Devolvê-lo à sua legítima dona."
FIM!!!
PARABÉNS ANA!!!!



terça-feira, 14 de julho de 2009

Do outro lado da Mira - A Vigia

Sentia-se completamente perdido, não sabia por onde escapar de todo aquele filme que mais parecia de bollywood do que de outra coisa, tinha tudo para ser um filme europeu mas faltava-lhe algo mas que não compreendia o que era.
Estava preso na sala "Privée" do restaurante, deu voltas e voltas para perceber por onde poderia escapar, talvez existisse uma saída secreta como já tinha encontrado em outros restaurantes do género. Mas sabia que no "Le Boudoir" isso não acontecia, ele conhecia muito bem o Restaurante e aquele sempre foi um local que fez questão de manter afastado das suas missões, por ser um dos seus preferidos e escolheu-o para ser o seu porto seguro quando ia a Paris.
Acabou por perder a noção do tempo, talvez já tivessem passado algumas horas...começava a ficar impaciente.
Quando se levantou para ir buscar um copo de agua de uma das garrafas da mesa, ouviu passos no corredor, eram de saltos altos. Sabia que não eram as as irmãs Casaco, pois nenhuma delas usava um salto tão barulhento. Por momentos ficou apreensivo, queria sair dali mas tinha algum receio pela segurança de Leonor.
Segundo depois a fechadura da porta destrancou-se, João não sabia muito bem o que fazer, encostou-se a uma das paredes em pé e esperou que lhe dessem ordens.
- Olá João, acho que já basta de estar aqui preso...
- Quem é você?
-Isso não importa, o que sei é que na verdade não sei de que lado estou, se por um lado me deram ordens para o vigiar e controlar os seus passos, por outro senti-me na obrigação de o avisar que a sua esposa corre perigo. Eles impuseram um limite para esta missão ficar concluída, mas não lhe quiseram dar esse limite a si para não o pressionar.
- Nas minhas missões não costumam existir estes jogo de gato e rato, sou pago para fazer o serviço e nada mais. Mas esta história está a sair de todos os limites, primeiro colocam a Leonor como escudo e depois existem regras do jogo que estão claramente a ser escondidas?
- Por isso é que decidi arriscar e vir até aqui para lhe dizer que terá que resolver o caso em menos de 24 horas, pois caso contrario...não preciso dizer.
- Mas diga-me quem é o manda chuva? Para quem estamos a trabalhar? Preciso saber com quem estou a lidar!
- João, sinceramente nem eu sei, tal como lhe disse fui contratada para ser a sua sombra e comunicar-lhes todos os seus passos, quanto ao resto nada sei. Fui contratada para o seguir a partir do aeroporto e até aqui disseram-me muito pouco sobre si, apenas sei o objectivo da missão, nada mais.
- Preciso sair daqui, tenho que encontrar a Ana que me trancou aqui...
- Não será difícil encontra-la, ela está no "Napoleon", precisamente no seu quarto à sua espera...
- Não estou a perceber este jogo do gato e do rato...ela em vez de fugir de mim, está a fazer precisamente o contrario.
- Talvez o João ainda não tenha visto o jogo de outros ângulos...há regras que ainda não percebeu e isso faz com que tudo isto lhe pareça estranho.
O telemóvel dela tocou, afastou-se da sala e foi para o corredor falar, João aproveitou para a seguir, pois sabia que só podia ser o manda chuva. « Oui C'est Moi! está tudo a correr como o planeado, ele esteve preso numa das salas do "Le Boudoir" e tal como era previsto vai agora ter com a Mel, não ele ainda não descobriu, julga que são irmãs...nada mais...» João ouviu a conversa e voltou para o local onde tinha ficado antes do telefone tocar, estranhou toda aquela conversa da suposta vigia de serviço...e sem que esta contasse tinha ouvido a conversa, sabia que uma das Anas se chamava Mel, estranhou toda aquela história...queria sair dali o mais rápido possível. Tinha que encontrar uma explicação para todo aquela missão que começava a não fazer sentido nenhum.
Mas não podia sair assim, pois iria parecer que ele estava a fugir da pessoa que lhe tinha aberto a porta. Sabia que tinha que lhe passar a ideia de que confiava nela, pois já tinha percebido que também ela estava em jogo.
- Ahhh! Peço desculpa tive que atender, era do Hotel parece que tenho que mudar de piso, acho que houve uma inundação no piso onde estou... - Mentiu descaradamente.
- Não tem problema, preciso é ir embora para conseguir apanhar a Ana no meu quarto. - Informou João.
- Vá, e tente descobrir algo...precisamos finalizar a missão o mais rápido possível.
- Não se preocupe que ainda hoje terá noticias minhas.

domingo, 12 de julho de 2009

Do outro lado da Mira - O dia da caça

- Já percebi. É um ataque de riso nervoso. O seu corpo podia ter respondido com choro convulsivo, mas pelos vistos...
Mas João não conseguia parar de rir. Tentava começar uma frase, mas falhava.
- Pelos vistos você é o do tipo irónico – Ana estava cada vez mais impaciente.
- Não, não, não, - disse João, a limpar as lágrimas histéricas e a tentar retomar algum fôlego – diga-me só uma coisa...
Mas não completava. Gargalhava como um louco. Ana revirava os olhos. João vai conseguindo controlar-se.
- Você tem um quadro de uma mamma italiana que aparentemente vale a vida da minha mulher, que está nas mãos de um tipo qualquer saltado do túnel do tempo. Até aqui tudo bem, se não fosse o...
Mais gargalhada. Mais revirar de olhos.
- ... O facto de você ter um CC e um BCC!
Ana levanta-se já completamente impaciente.
- Podia por favor recobrar a sua compostura?
João levanta-se instantaneamente, pondo-se de frente para ela.
- Posso recobrar toda a compostura do mundo, Dra. Copy/Paste, se você se dignar a dizer-me, por amor de Deus, desde quando Tarantino trabalha para os Apanhados, porque esta merda já me está a dar A VOLTA AOS MIOLOS!
João já está aos berros.
- POR CAUSA DO QUADRO DUMA PUTA DUMA VELHA!
Ana encolhe-se com o último berro.
- Sem ofensa à sua bisavó, é claro.
Há um momento de silêncio em que João volta a sentar-se.
- Posso fazer-lhe uma pergunta?
João assente. Não deve haver nada que ela não saiba.
- Quem o enviou para me matar?

- Não sei.
- E quem está a proteger-me?
- Diga-me você.
Ana levanta-se, está claramente nervosa. Saca de um maço de tabaco da mala, oferece um cigarro a João que aceita prontamente.
- Pode não acreditar, mas estou tão às aranhas quando você. A mim também não me dizem nada.
Ana estaca. Descaiu-se. Abre-se um leve sorriso nos lábios de João.
- Você...
Ana cerra os olhos. Dá uma passa nervosa no cigarro. João levanta-se, aborda-a por trás.
- Você está numa missão também.
João encosta-se a ela, respira na sua nuca.
- Quem é o seu alvo, Ana Casaco?
- Não é tão simples quanto parece.
Já falou. Mas que merda, o que aconteceu ao seu profissionalismo?
Vira-se.
- Não estamos exactamente no mesmo meio, João. Mas pode acreditar numa coisa...
A sua voz é rouca, quente.
- Para mim, a única coisa que importa é o quadro. Mais nada. Para proteger o quadro, não olharei a meios.
Agarra na mala, amarra um lenço sobre os cabelos e põe os óculos à Jackie Kennedy. João sabe que não é o momento de tentar escapar. Os anos naquele ramo ensinaram-lhe que um dia é da caça, outro do caçador.
- Você vai ter de ficar aqui, agora. Mas vai ter notícias minhas em breve. Se se portar bem, posso ver se descubro alguma coisa sobre o meu protector e... a sua mulher.
Leonor. Claro. O Chanel nº 5, a voz rouca e toda aquela história louca de Ana o tinha envolvido de tal forma que a sua mulher tinha passado para o fim da fila.
- Se não puder vir, mando alguém em meu nome.
- Uma das suas irmãs?
Ana já está à porta.
- Irmãs?
- Sim, as duas mulheres ontem... no restaurante?
Ana sorri um meio sorriso misterioso, sem nunca levantar os óculos.
- Ne te laisse pas influencier par la première image. Jamais.
Bate a porta. João ouve três fechaduras a serem encerradas. Está sozinho com Francesca.

sábado, 11 de julho de 2009

TOCA A MEXER MELISSA PREGUIÇA

Ó Corin Tellado de algibeira então a nossa história?
A nossa próxima tem que ser um romance piroso-romântico-erotico-escaldante.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Do Outro Lado da Mira - Na Escuridão de um Olhar

Enquanto os lábios de “Marie” exploravam o interior da sua boca, pequenos alertas começaram a soar dentro de si. Os velhos sinais que sempre o haviam protegido em cenário de guerra e tantas vezes nas suas missões enquanto assassino a soldo, soavam agora mais fortes do que nunca, retesando-lhe os músculos, colocando-o num estado de hiper vigilância e num impulso que não conseguiu conter, afastou de si a mulher que tentava seduzi-lo, levantando-se com uma violência tal que a projectou a ela e à própria mesa pelos ares. Mas estranhamente não ouviu o ruído das garrafas a quebrarem-se, nem tão pouco sentiu o cheiro do vinho derramado.
O olhar turvo, a boca seca, a cabeça tonta indicavam-lhe que não estava no controle da situação e isso tirava-o do sério. Queria correr dali para fora, mas as pernas estavam presas, queria gritar, mas apenas um leve murmúrio se soltava da garganta enfraquecida. Esfregou os olhos raiados de sangue e quando voltou a abri-los já não estava lá ninguém. Encontrava-se sozinho na sala privada do restaurante. A mesa não estava caída no chão, não havia garrafas entornadas, nem o ruído das vozes femininas povoava o ar em seu redor, cada vez mais escasso. Sentia-se sufocar.
Queria juntar as peças do puzzle, raciocinar com clareza, mas antes de conseguir perceber o que lhe estava a acontecer caiu sem sentidos, inanimado no chão pegajoso do restaurante. O seu cérebro gritava ordens de comando ao corpo entorpecido, mas os músculos não lhe obedeciam.
Ouviu uma voz feminina suave que cuspia ordens de maneira firme e segura e sentiu quatro mãos que pegavam no seu corpo inerte, elevando-o no ar. O frio da rua penetrou nos seus pulmões como uma facada e o motor de um carro em funcionamento disse-lhe que alguém aguardava por eles. O som seco de uma mala a fechar catapultou-o para o que julgou ser a sua própria morte. Então morrer era assim? Mas que voz era aquela que continuava a escutar? Que ruído de fundo, que mãos lhe tocavam agora? Só podia ser uma qualquer entidade divina encarregue de o transportar nos braços até ao juízo final.

O som de uma peça para piano de Mozart puxou-o do sono profundo em que havia caído e quando conseguiu finalmente descerrar o olhar e despertar do que lhe parecera o seu próprio fim, uma mulher fitava-o. Cabelos cor de mel, olhar perdido no fundo da alma. Um olhar escuro, cheio de todos os mistérios femininos do mundo. Num flash cada vez mais consciente sentiu a mão de Ana no avião quando passou por ele e reviu na sua mente tudo o que tinha acontecido. O seu olhar demasiado treinado para se deixar enganar lembrou então a subtileza com que o alvo do seu próximo crime passara a mão sobre o seu copo de Whisky pousado na mesinha de refeição.
Mas antes de poder alinhavar as suas próprias conclusões olhou de volta o olhar que o fitava vindo de uma simples pintura e percebeu que estava na presença do famoso Modigliani. A mulher retratada pelo pintor que morrera na miséria estava no mesmo compartimento que ele, desafiando-o, tentando-o, mas ao mesmo tempo, enchendo-o da mais profunda paz. Quem quer que fosse aquela mulher ali pintada valia a pena lutar por ela, disso não restava a menor dúvida.
- A minha bisavó Francesca e antes que me pergunte sim. Fui eu que o dopei no avião.
João virou-se naquela cama improvisada sobre um sofá de veludo e ali estava ela mais uma vez, a mulher que teria que assassinar. Bonita, quase etérea, num olhar em tudo tão semelhante ao do quadro.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Do outro lado da mira: ménage à trois.

João entrou no restaurante que se aprontava para fechar. "Escusez moi monsieur, on ferme... Ah, Senhor João, não me tinha apercebido de quem se tratava! Entre por favor." Paris tem o bom e o mau de se poder encontrar um português em cada esquina. O restaurante estava vazio. Ter-se-ia enganado no restaurante? "Desculpe" perguntou ao empregado enquanto este preparava a mesa "reparei que entrou antes de mim uma mulher, alta, morena, olhos verdes. Não pude deixar de reparar nela...", "Sim!" respondeu o empregado com um sorriso "as gémeas Casaco! São três exactamente iguais e, perdoe-me a franqueza, é o pecado elevado ao cubo!". João não pode deixar de sorrir com a analogia matemática do empregado. "Estão numa sala privada, aqui ao lado. Mas infelizmente temos ordens para não as incomodar. Encontram-se aqui uma vez por semana, ora ao almoço e, por vezes como hoje, pedem que sirvamos o jantar."
João sentiu todo o seu corpo a ficar tenso, pronto para a acção. Se estavam ali as três tinha de encontrar uma maneira de se aproximar delas. Levantou-se e percorreu o restaurante até encontrar a porta que procurava. A placa não deixava dúvidas "Privée",a ao a empurrar encontrou-se na zona de trabalho do restaurante. Percorreu o corredor escuro e deserto tentando aperceber-se de alguma actividade, alguma conversa por trás das sucessivas portas que surgiam ao longo do corredor. Parou ao ouvir risos. Abrandou o passo e a respiração e encontrou a porta que queria. Por segundos, pensou nas suas hipóteses: matar as três e tentar ocultar o facto a Sérgio Andrade até conseguir libertar Leonor ou tentar aproximar-se das Anas e ganhar tempo para tentar sair desta situação. Inspirou fundo e abriu a porta. As três Anas estavam inesperadamente descontraídas! Descalças, com os seus sapatos de salto alto espalhados pelo chão, as camisas desabotoadas, os cabelos presos com as esferográficas "Montblanc". Uma delas massajava os pés da outra enquanto a terceira fumava descontraidamente um cigarro. Sobre a mesa estavam três pratos de moelas e algumas garrafas de "Casal Garcia"! Tratavam-se de portuguesas, seguramente! Apenas após alguns segundos se aperceberam da presença de João que se sentiu esmagado pelos olhares penetrantes daquelas belas mulheres, um intenso raio verde que lhe fez estremecer as entranhas. Gaguejou inconscientemente "Ehhh... Je cherche le toilette... pardon..." Uma das Anas repondeu, com um ar divertido "Estes avecs, sempre um bocado perdidos... Le toilette c'estbas, au fond.". Era a vez de João reprimir um sorriso "Perdoe-me senhora, mas nem só os franceses se perdem! O meu nome é João." As três Anas explodiram numa gargalhada irreprimível e convidaram João para se juntar a elas. João tremia de excitação e sentimento de sucesso.
Chamaram o empregado e pediram mais vinho. Disseram-lhe que se iriam demorar e que não queriam ser incomodadas. João apresentou-se como um banqueiro em viagem de negócios a Paris e elas revelaram que eram empresárias no ramo da transacção de obras de arte. João estava atento e tentava gravar cada pormenor da personalidade de cada uma. Como todas respondiam pelo nome de Ana tentou catalogar cada uma delas pela sua maneira de ser e estar. Uma delas tinha um olhar sensual, penetrante e poderoso. Dela emanava uma sexualidade mal contida e que dava a impressão de poder soltar-se a qualquer momento. Olhava frequentemente para ele com aqueles olhos verdes bem colados à sobrancelha e tocava frequentemente nas mãos e braços de João. Memorizou-a como Emanuelle. A segunda Ana era expansiva, divertida, simpática. Ria-se muito e alto e falava sobre tudo. Parecia estar magnetizada por Emanuelle e trocava olhares sugestivos com ela muito frequentemente. João baptizou-a como Marie. A terceira Ana era a mais reservada. Falava apenas o suficiente e quando interpelada. Parecia estar na defensiva com ele e perscrutava-os a todos com olhares demorados e inquisidores. Passou a ser a Soléne.
As horas escorreram e com elas o vinho. João tentava descobrir a mancha de cabelo que lhe desvendaria a verdadeira Ana Casaco, aquela que era o centro da sua missão. Sem sucesso. Emanuelle estava cada vez mais entusiasmada com o seu novo amigo. Obrigara-o a tirar o casaco e a desapertar a gravata, e os sapatos tinham sido atirados para um canto. "Fazemos isto uma vez por semana, para descontrair do mundo profissional! Mas nunca tínhamos tido um homem nas nossas pequenas festas privadas...". Acariciando o peito de João com as costas de uma das mãos enquanto acariciava os próprios lábios com a outra, Emanuelle aproximou-se de João. Sem aviso puxou pela gravata e beijou-o sofregamente. Marie, a cúmplice, encarregou-se de tirar a camisa de João rasgando-a e logo começou a lamber-lhe o peito. João lutava para não se desconcentrar mas isso era cada vez mais difícil. Já tinha seduzido mulheres para cumprir várias missões mas nunca isso lhe tinha dado prazer. Desta vez o prazer percorria-lhe o corpo, ondas de prazer espalhavam-se a partir de cada toque dos lábios daquelas mulheres. Estava perdido no meio dos jogos daquelas duas amazonas com o cio. Ainda viu o vulto de Soléne a fechar a porta mas desistiu de se manter alerta quando Marie lhe desabotoou as calças e o envolveu num quente e profundo beijo.

TOCA A ANDAR!

MIGUEL NÃO NOS FAÇAS ESPERAR MUITO POR FAVORES :)

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Do outro lado da mira - "Napoleon"



Pela primeira vez João tinha dúvidas no seguimento da sua missão, a vida de Leonor estava em risco mas também não queria deixar de desvendar todo este mistério. Três Anas é algo que nunca lhe tinha acontecido.
Apanhou um táxi e pediu para o deixarem no Hotel "Napoleon", era o hotel onde ficava sempre que vinha a Paris, a secretaria do banco tinha sempre o cuidado de o instalar na melhor suite e a sua chegada era sempre muito discreta. Sabia que tinha que ser discreto, por isso optava sempre por ficar no "Napoleon", no caso de alguém do banco tentar falar com ele, sabiam que era ali que ficava sempre. Não queria levantar suspeitas.
Quando terminou de fazer o check-in a recepcionista informou-o que tinha um envelope para ele no seu quarto, que tinha sido deixado logo de manhã.
Estranhou já ter algo à sua espera no hotel, ele próprio só sabia que vinham à algumas horas atrás. Foi encaminhado pelo empregado até à suite 44, e pousou a sua pequena mala em cima da cama. Abriu a janela que dava para o o Arco do Triunfo e sem se sentar abriu o envelope.
Várias fotografias, uma breve apresentação sobre a vida profissional de Ana, os seus gostos literários e musicais. Para ele as três fotografias mais importantes eram as das três irmãs. Por trás de cada uma delas, estava uma breve discrição dos seus feitios, dos seus tiques e também algumas diferenças físicas que eram bem visíveis, o que para ele acabava por ser uma grande ajuda. Descobriu que de todas elas Ana era a única que tinha uma mescla de cabelo louro junto à orelha direita. Era uma mescla muito pequena que nem sempre era visível, principalmente quando ela andava com o cabelo apanhado.
Descobriu através do envelope que lhe tinha sido deixado onde é que estavam hospedadas e começou por programar o seu dia para as começar a seguir.
As horas foram passando e quando deu por isso a tarde já tinha passado, escondeu as fotografias e os documentos dentro do cofre e foi até ao "Le Boudoir" o seu restaurante preferido de Paris.
Chamou o elevador e poucos segundos depois as portas abriram-se. Entrou e tentou disfarçar a sua admiração. Ali ao seu lado estava uma das Anas, não conseguiu distinguir qual delas era, olhou atentamente para o cabelo mas nada da tal mescla, ouviu com atenção a conversa que esta estava a ter ao telefone. « Sim, vou ter contigo ao "Le Boudoir" mas olha que eu acho que eles só servem refeições ao almoço...está combinado...até já então».
João ficou espantado, sem saber ela iria jantar ao mesmo restaurante que ele, era a oportunidade que ele teria para descobrir mais sobre elas e criar a oportunidade ideal para finalizar a missão.

Do outro lado da mira - no aeroporto

João aperta o passo em ziguezague, fintando aquela gentinha anónima de aeroporto. Foda-se para isto, pensa, posso estar em Banguecoque ou em La Paz, gentalha de aeroporto é tudo a mesma coisa, carinhas bovinas a olhar painéis. Não se deixa irritar muito desta vez, ora porque o Xanax que usou para acalmar a taquicardia ainda canta, ora porque não pode perder o rasto à morena que o interpelou no voo. É incrivelmente parecida com o seu alvo, mas como seria isso possível? Acorda, João, Não seria. Merda do ar dos aviões, até alucinações dão.
O telemóvel toca. Leonor. Leonor e os seus timings perfeitos.
- Leonor, estou a caminho de uma reunião importante, podias deixar isso para...
- A Leonor está bem.
João não reconhece a voz àquele homem, mas sabe exactamente quem é.
Sérgio Andrade. Seja esse o nome de uma pessoa ou uma organização.
- Vai-me dizer o que devo fazer para ela continuar bem, não é?
- O mesmo humor de sempre, João.
Ok, já estamos a fazer progressos. É alguém do passado.
- A mulher do avião? Esquece-a.
- Então é mesmo a tal...
- É mesmo a tal de quem a vida da tua mulher depende. É a tal que te tem pelos tomates, portanto. Esquece-a.
João olha para um lado, olha para o outro. Não sabe da mulher do avião.
- Não será difícil, já a perdi.
- Os vossos caminhos vão voltar-se a cruzar. E tu, João, vais-te desviar dela.
João tem um ar de riso. Claro que não era só um quadro.
- Como é que sei que não clonaram o telefone da Leonor? Quero uma prova!
- Sempre soubeste identificar bluffs, João.
João suspira. É verdade.
- Quando tivermos o Modigliani, terás a tua mulher.
Desligam.
O quadro, outra vez. Seja o que for, aquela mulher e aquele quadro parecem ser duas faces da mesma moeda. Do mesmo conceito.
E, de repente, Ana reaparece. Tem agora uma maleta preta e dirige-se à porta de saída. João caminha em passos firmes sem desviar o olhar. Ela passa a porta giratória. Segundos depois, ele também. Quase tropeça num mendigo que está ali sentado com um pratinho de moedas.
E lá, encostada ao Mercedes preto, está outra Ana. Vestida exactamente com o mesmo tailleur escuro.
João esfrega os olhos.
A Ana do avião cumprimenta a outra com um beijo demorado nos lábios. A porta do condutor abre-se e sai de lá outra mulher.
Outra Ana. Idêntica.
Trigémeas.
Depois dos cumprimentos rápidos, entram as três no carro e partem.
João está atónito.
Qual delas será o seu alvo? Se falhar, é banido do "Banco". Se for bem sucedido, perde Leonor.
Precisa de beber um café para aplacar o efeito do Xanax e pensar em tudo isso. Ao passar pela porta giratória, sente uma mão a agarrar-lhe o tornozelo. É o mendigo.
- Quoi qu’il arrive... Ne te laisse pas influencer par la première image.
João olha-o. Mas que diabo...
- Quelle image?
- Pense deux fois.
O mendigo larga-o. Pela primeira vez em anos de profissão, João sente-se encurralado.

E a equipa continua a aumentar!!

Na verdade são 2 novos membros!! As boas vindas à Clementine...

domingo, 5 de julho de 2009

Novo Membro na Equipa

A partir de hoje temos mais um membro nesta equipa blogonoveleira.
A Melissa, minha colega de trabalho e amiga vai-se juntar nesta viagem um bocadinho alucinada iniciada por dois perfeitos desconhecidos que se juntaram por empatia de escrita.
Tenho a certeza que vamos ficar surpreendidos com a contribuição de mais uma alminha iluminada (até parece que é um blogue erudito).
Miguel, como é que é? E se deixássemos a Melissa dar um pézinho de dança já "No outro lado da mira?". A ver se o blogue não anda tanto tempo parado.