Há quem goste delas curtas, há quem as aprecie mais longas, mas para nós o tamanho não importa, uma história merece sempre ser contada.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

O Inverno e a Aldeia.

-JOANA! JOANA! ONDE ESTÁS??
Júlio corria desesperado pelas sombras de S. Vicente enquanto procurava pela casa de Joana. Apercebia-se de vultos que se escondiam nas sombras das esquinas e atrás das cortinas das janelas mas já nada temia. O seu coração empurrava-o para Joana. Encontrou a casa, finalmente. Entrou devagar, cuidadoso, não porque temesse algo mas porque queria apanhar quem quer que fosse que tivesse ousado tocar num só fio de cabelo da sua amada. Retesou os músculos quando viu um vulto curvado no chão, como se tentasse esconder-se mas deixando ver uma espécie de arma. Um bastão ou uma catana. Entrou de rompante e pontapeou fortemente o vulto agachado.
-FILHO DE UMA PUTA SARNENTA! ONDE EST.... Padre?! Oh meu deus, Padre?!?!?!
Júlio não acreditava no que estava perante si. O Padre arrefecia as pedras do chão com um crucifixo trespassando-lhe o peito. Branco, vazio, morto.
-Padre, padre, padre!!! JOANA! JOANA!
Júlio gritava pelo nome da sua mulher enquanto subia desastradamente as escadas.
-JOANA!! Joa... Não, por favor não. Deus meu Joana....
Ajoelhou-se perante o cadáver mutilado da sua Joana. Acariciou docemente a sua face que lhe gelou as mãos. As lágrimas que lhe molhavam a face estavam elas próprias geladas. Pegou-lhe nas mãos e afagou os golpes fundos nos seus pulsos. A barriga vazia de Joana denunciava o destino do filho de ambos. Como um autómato, Júlio percorreu todo o corpo de Joana, afastou-lhe as pernas. O fio da vida que saía de dentro dela estava rasgado. Como se tivesse sido mordido por um animal selvagem esfomeado. O sangue coagulado pegava-se a ele, ás suas mãos, infiltrava-se nas suas unhas, na sua face. O cheiro metálico do sangue em decomposição entrou pelo seu nariz, pelos seus poros e atingiu-o finalmente. Júlio não pode conter um vómito que largou num canto. Estava desesperado. O seu amor morto, o seu filho morto ou pior... não havia já esperança naquele coração. Até que...
O inconfundível choro de uma criança iluminou o seu coração, deu força aos seus músculos, iluminou a sala. Num salto Júlio desceu as escadas mesmo a tempo de ver um vulto curvado dobrando a esquina. Correu atrás dele.
-ANIMAL IMUNDO! VAIS MORRER PELAS MINHAS PRÓPRIAS MÃOS! PÁRA! DEVOLVE O MEU FILHO!!
O vulto desapareceu nas sombras e Júlio parou no meio do caminho. Dobrou-se e apanhou um objecto perdido pelo fugitivo: uma adaga brilhante, ensanguentada.
_Quem com ferros mata, com ferros morre, filha da puta bastardo de uma égua...

quarta-feira, 2 de junho de 2010

O Inverno e a Aldeia.

O estrondo da porta transfigurou o Padre, branco de terror, de medo, mas de excitação não contida e de sede de sangue. O mesmo sangue que fugia do corpo de Joana, ela também baça de cor e de vida. Agarrava a sua barriga com as mãos brotando sangue e com sangue era baptizado o seu filho, agora a sufocar sem o sangue vital da sua mãe. Um urro quase animal ressoa nas fragéis paredes daquela maldita casa...
"MONSTRO!!! UM DE NÓS MORRERÁ ESTA NOITE!!!
Um grito lancinante rasgou as entranhas da Joana que, deitada no chão, as pernas afastadas, agarrava-se aos joelhos. A dor transfigurava-a. Alberto optou por ignorar os gritos do vulto que pontapeava o escuro no andar de baixo. Ajoelhou-se frente a Joana e viu. O bebé vinha a caminho.
"Pai Nosso que estás no céu, santificado seja o nosso nome. Filho de Satanás, filho das sombras é chegada a tua hora.... NÃO PASSARÁS!!!!"
Elevou a adaga ensanguentada "Com o sangue da puta da tua mãe morrerás..." os murmúrios invadiam as sombras, ele podia ouvi-los. Susteve a respiração e...
"MORRE CABRÃO!!!" o vulto materializara-se sobre ele. Sentiu o peso de um homem em cima dele e rebolaram pelo chão que rangia desesperadamente. Debateu-se o padre como pode face a um monstro que desaparecia nas sombras. Esbracejava na esperança de acertar no vento. Sentiu um murro na face e depois um pontapé na cabeça. Sucumbiu rapidamente. Voltou-se para cima, um olho já fechado pelo sangue e viu o homem que o atacara, sujo, magro, ofegante...
"Tu... não sabes o que fazes... perdoo-te meu filho..."
Um pontapé em cheio no crucifixo que jazia no peito do padre fez ceder o frágil soalho. Alberto caiu com estrondo no chão de pedra. A cruz de cristo em cima da mesa trespassara-lhe o coração.
"Com Cristo morres cão sarnento."
Joaquim aproximou-se de Joana que contraía o abdómen, esvaída de sangue e de forças.
"Joaquim? És tu homem..."
"Sim, sou eu. Andei perdido sem saber quem era mas agora aqui estou."
"O meu filho?"
"Tomarei conta dele."
Joana respirou fundo e, enquanto gritava do fundo de si, expulsava do seu ventre o seu filho. Joaquim segurou no menino, limpou-o. Agarrou no cordão que alimentava ainda o bebé e cortou-o com os próprios dentes. O bebé chorava e Joaquim também.
"És o nosso salvador..."
Joana jazia, morta.
Júlio entrava na aldeia, vazia.

terça-feira, 1 de junho de 2010

O Miguel Corre

Corre, corre, corre, corre, corre, corre e não escreve nada...

sábado, 29 de maio de 2010

O Inverno e a Aldeia 27

- Escute Sr. Prior, escute. Consegue ouvi-los? - A voz de Joana não passava de um segredo ao ouvido do padre que se arrepiou até ao mais intimo de si.
- Do que é que falas Joana? Nada oiço. - Levou a mão à pequena adaga apertando-a com força enquanto proferia uma oração interior.
- As vozes, agora ainda sussurram, mas em breve serão gritos. O que é que eles querem de mim, porquê eu? Porquê?
Sem parar de rezar, Alberto segurou os dois pulsos de Joana, perante o horror desta e desferiu dois golpes bem fundos em cada um deles.
- Desapodera-te desta alma e desta aldeia tu que negro vestes, que negro és e que todas as línguas falas.
- O que é que me faz Padre?! - A expressão de choque dela deixava Alberto cada vez mais ansioso, mas não podia hesitar, não agora. E sem ter tempo de proferir uma oração golpeou novamente os pulsos da jovem desenhando uma cruz de sangue sobre a pele pálida.
Joana caiu de joelhos no chão, trémula, sem forças e no exacto momento em que a madeira sob o seu corpo range vergada ao peso, o Prior escuta os cânticos. Olha-a transido de terror, do olhar dela apenas a alma que lhe foge do corpo.
- Não mentias então? - Precipita-se para a janela, mas antes de conseguir enxergar o que quer que fosse um estrondo imenso toma conta de toda a divisão, alguém forçara a porta e entrara demolidoramente. Alguém que a escuridão não deixava ver...

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Promessa (não eleitoral).

Eu prometo, prometo mesmo que vou avançar sozinho com este blog! Já que as minhas colegas de escrita não se chegam à frente...
É que é uma tremenda falta de respeito para com os nossos leitores, não é Nuvem?

sábado, 27 de março de 2010

Turno da Noite - Allexa

- Disk Amizade Ou Algo Mais, tem dois minutos gratuitos, fala a Allexa.
- Para continuar, prima 2 para dar dados do cartão de crédito
- O-Olá...
- Olá, meu chuchu. Com quem estou a falar?
- Com o... c-com...
- Relaxa, querido. A linha é segura, a chamada não vem discriminada na conta, a tua mulher nunca vai...
- Não! Não... Não há mulher.
- Favor premir 2 para dar cartão de crédito ou chamada será terminada em
- Como é que um chuchu com uma voz assim não casou ainda?
- Não... Não é assim, não é nada disso. Não é por ela...
- Ahh, então há uma Ela. Ela deixou-te carente, chuchu...
- Não, não, não. Ela é perfeita. Ela é melhor do que tu.
- Não precisa ofender a Allexa. Então porque estás tão nervoso? Relaxa, meu bem, queres que a Allexa conte uma "historinha relaxante"?
- Chamas-te mesmo Allexa?
- Premir 2 para dar dados do cartão de crédito
- Se preferires outro nome... Mas tens de dar os dados do cartão de crédito primeiro, chuchu.
- Favor dar dados do...
- Ela chamava-se Helena. Helena, como a Helena de Tróia...
- Se deres o cartão de crédito, também eu posso ser a Helena, chuchu.
- Não!
(pequena pausa)
- Chuchu?
- Era linda, a Helena.
- E o que a Helena te fazia que deixou tanta saudade? Olha que a Allexa faz milagres pelo telefone, mas precisa do teu...
- Eu não liguei para isso.
- Paga e os minutos são todos teus, chuchu.
(Ouvem-se passos sobre chão de madeira do outro lado da linha)
- Vocês sabem tudo, não sabem? Assim... Se é Amizade ou Algo Mais, posso pedir o Algo Mais.
- A 1,80 por minuto, és o dono da Allexa. Mas primeiro...
- Favor premir 2 para dar dados do cartão de crédito
- Então quero o Algo Mais.
- O que é que queres, chuchu?
- Quero saber como me livro da Helena.
- Ora essa, chuchu, diz que te apaixonaste aqui pela Allexa. Não há comparação...
- Não, puta de merda! Quero saber como me livro, COMO ME LIVRO da Helena!
(pausa súbita. Operadora chama gerente de turno com um sinal de dedos e pede-lhe para pôr os headsets. As duas ouvem)
- Onde está a Helena, chuchu?
(Gerente e operadora entreolham-se. A respiração do outro lado é forte e ritmada, em gestão de esforço)
- No... no sofá...
- A... A Helena está a ouvir esta conversa?
(risos do outro lado)
- Duvido. Quer dizer, e daí...
- Porque é que ligaste para o Disk Amizade Ou Algo Mais?
- Para saber como me livro...
- Eu sei, eu sei.
- Esta chamada será interrompida por falta de provisão
- ... Não, não sabes, porra, porque se soubesses, já tinhas dito, vaca de merda. Porque a Helena está ali, no sofá, e não se mexe, não respira,
e está com uma cor estranha, e não é do blush nem do caralho do autobronzeador ou essas merdas que vocês, putas, usam, é porque...
(cai ligação. O terminal telefónico volta a piscar, há outra chamada em linha.)

segunda-feira, 8 de março de 2010

Sandra regressou ao seu local de trabalho. Os olhos molhados, a voz embargada. Lutou contra si mesma até ao momento em que saiu do edifício. O ar frio da noite e o silêncio do parque de estacionamento receberam as suas lágrimas num silêncio indiferente. Sentia-se humilhada, rejeitada, gozada. Sentia-se uma puta. Entrou no carro e ligou o rádio, pegou no telefone.
-Olá amiga! uma voz bem-disposta recebeu a chamada de Sandra -O que se passa? Estás a chorar??
-Ele... ele... recusou-me... Sandra chorava abundantemente agora.
-Onde estás? No call? Vou já para aí!
Margarida era a melhor amiga de Sandra. Entrou no carro e abraçou a amiga. Começou a chover. Ficaram ali sentadas durante largos minutos. Sandra a chorar e Margarida a consolar. A chuva aumentava e Sandra parava, como se as suas lágrimas fossem agora a chuva que caía intensamente.
-Sinto-me uma puta...
-Não sejas parva! Ele é que é estúpido.
-Não imaginas como me senti... ajoelhada, em frente a ele, pronta... e ele levanta-se e vai-se embora?? Foda-se... sou uma puta.
-Sandra. Detesto dizer-to mas... o que estavas à espera? Já sabes que ele está indeciso e confuso! Já sabes que ele é casado e que não tem tomates para deixar a mulher... não podes ser tão insistente! O que aconteceu à Sandra sedutora e subtil?
-Não imaginas como ele me faz sentir... fico arrepiada só de o ver, fico tensa, contraída, húmida... e nem sei porquê! Estúpida...
-Ora amiga...
-E o pior é que ele me quer! EU SEI QUE ELE ME QUER!! Eu sinto-o. Sei que ele adora tocar-me subtilmente na cintura, nos braços, no cabelo. Sei que ele adora cheirar-me e aproximar-se, sei que olha para o meu rabo quando me afasto. E sei que ele me quer, sei-o porque o tive nas minhas mãos e, acredita amiga!, ele quer-me tanto como eu a ele!! Sandra riu-se, aliviada.
-Ouve Sandra. Ele é casado, tem um filho....
-Um casamento acabado, é o que é!
-Um casamento acabado continua a ser um casamento! Tens que lhe dar tempo, dar-lhe espaço. Aproximar-te devagar e avançar quando for a altura. Assim só o confundes mais... se fores para a cama com ele agora e ele se divorciar depois, a culpa do divórcio será sempre tua! Mesmo que o casamento já esteja acabado, serás sempre "a outra"!
-Mas é tão estranho... ele dá-me montes de dicas e convida-me para o café naquela sala escura... acaricia-me as costas e as ancas e massaja-me enquanto falamos... e depois eu fico louca e só o quero provar e mete-lo dentro de mim... e ele acobarda-se no último momento! Cabrão!
-Ouve, vamos beber uns copos e conhecer uns gajos como deve ser?
-Os copos pode ser, mas não quero nada com gajos hoje!!!
Riram-se. Sandra limpou as lágrimas, retocou a maquiagem e arrancaram.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Daniel saiu batendo a porta atrás de si. Sentia-se frustrado, agredido, insultado, injustiçado. Acima de tudo injustiçado. Mas que grande merda... foda-se. Um gajo mata-se a trabalhar, 12, 13, 14 horas para que nada falte em casa. Estou com o meu filho e ajudo nas tarefas... puta que pariu! E ela vem com a merda da conversa da puta da tampa da sanita... estou mesmo cansado. Mesmo. Transferia toda a raiva que sentia naquele momento para o volante do carro e para os condutores menos avisados ou cuidadosos que se cruzavam com ele. Não sabia para onde ia mas logo se apercebeu que estava à porta do call-center. Inconscientemente dirigiu-se para um lugar onde as pessoas o estimavam e gostavam dele e, acima de tudo, não lhe chateavam a cabeça. Instintivamente olhou para o lugar normalmente ocupado por Sandra. Ela lá estava, os seus saltos altos, as unhas impecavelmente arranjadas, as calças de ganga justas e a blusa larga e decotada. Mesmo com os auscultadores do telefone na cabeça a sensualidade dela preenchia toda a sala. Os seus olhares cruzaram-se e ela sorriu-lhe. Ele levou os dedos à boca simulando que tomava um café. O convite estava feito.
"O que é que estou aqui a fazer? E porque raio fui convida-la para tomar café? Ainda arranjo lenha para me queimar, é o que é... Mas caramba! Se eu desse uma queca nesta gaja era bem feito para a Leonor! Sempre a criticar, sempre a insinuar que... se ela soubesse das intenções desta bem que se passava..." Estes e outros pensamentos corriam-lhe pela mente quando Sandra entrou enchendo o ar com o seu agradável aroma de sempre...
-Oi bonitão! Que fazes por aqui? (sentou-se ligeiramente debruçada mostrando o seu enorme decote)
-Ora... vim tomar um café! Sempre são mais baratos!
-Por falar em café! Não chegaste a responder ao meu convite...
-Oh, desculpa... estava com a Leonor e o Sam...
-Pois... mas estás sempre com eles? Bem podias ter algum tempo para ti...
-São e minha família. Se não estiver com eles, estarei com quem?
-Hmmm, comigo por exemplo... não é por falta de convites...
-Não é por falta de vontade...
Aquelas palavras saíram-lhe fora do controlo. Sandra percebeu a sua oportunidade. Levantou-se e sentou-se ao seu colo. Olhos nos olhos, beijou-o. Avidamente meteu a sua língua na boca dele, puxou-o contra si e comprimiu todo o seu corpo no dele. Daniel resistiu timidamente de início mas depois devolveu o beijo e a língua. As suas mãos percorreram o corpo dela, tentando perceber se a sua imaginação estava correcta. Estava. A pele dela era mais macia, o seu rabo mais firme a os seus seios eram melhores do que tudo o que ele já tinha imaginado. E o cheiro! Por deus, o cheiro dela era tão mais intenso! Parecia que aquele odor o envolvia e o inebriava. Ele estava em todo lado, nos cabelos, nas mãos, na nuca dela. Ela desapertou-lhe as calças e agarrou-lhe firmemente o pénis. Daniel estava pronto! E como. Ela sorriu maliciosamente e deslizou por ele, ajoelhando-se. Depois beijou-o...
-Não, não, não , não.... Daniel afastou-se docemente enquanto se levantava e abotoava as calças.
-Não? Estás louco?! O que mais queres? Que ta amarre? Sem nunca o dizer, Sandra sentia-se humilhada por Daniel.
-Desculpa Sandra. Eu quero, juro que quero muito mas... não posso. Leonor, Samuel... seria incapaz de viver com isso.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

-Mas o que se passa contigo hoje que andas a arrastar-te pelos cantos da casa?
Leonor já tinha dado sinais de impaciência e rebentava finalmente
-Não se passa nada... estou cansado.
Respondeu Daniel enquanto passava os olhos pelo Facebook pela enésima vez.
-Cansado do quê? Do trabalho? Tens estado o dia todo em frente à porcaria do computador e eu tenho andado aqui a arrumar a casa, a fazer máquinas de lavar a limpar a porcaria das sanitas... Olha, já agora, vê lá se baixas o tampo quando acabas ok?
-Sempre a mesma conversa!! Irra, qual é a dificuldade de baixar a porcaria do tampo?!?
-Exactamente. Não é nenhuma, por isso...
-Não sejas chatinha...
-CHATINHA? Ontem não achaste que fui chata, quando chegaste... deve ser por isso que estás tãããão cansadinho!
-Pronto, lá vem a ameaça do costume...
-Qual ameaça?
- Acaba-se o sexo e blá blá blá...
-Olha! Se não for eu a avançar tu bem que chegas e adormeces!
-Mal feito fora...
-O que queres dizer com isso?
-Nada.
-Nada? Nada? Pois podes crer que a partir de hoje bem podes adormecer as noites que quiseres meu menino!
-Sim. Não te chateies com isso que eu também não.
-QUE MERDA Daniel!!
Leonor estava a perder a calma.
-Garanto-te, GARANTO que não te chateio mais com as minhas necessidades sexuais!!
-Leonor... essa ameaça não pega. Sexo posso encontrar fora de casa. Com a maior das facilidades...
A frieza daquelas palavras, ditas com a indiferença de um estranho atingiram o coração de Leonor.
-Andas a comer por fora? Andas meu sacana?
-Estás louca?!!
-É por isso que vais sempre tão contente para o trabalho... e depois vens sempre muito cansado... idiota!
-Deixa-te de merdas Leonor! Nunca te traí! E ainda mais agora com o Samuel...
-Só estás comigo por causa do Sam? Mas não estejas! VAI EMBORA!! Cretino...
-Vá lá Leonor...
Daniel olhava-a agora enquanto ela lutava para conter a torrente de lágrimas que se formava nos seus olhos. E tentava abraçá-la.
-Larga-me!! É porque estou a chorar? Fizeste merda e agora vens com abracinhos? Deixa-me em paz! SAI DAQUI!!!
-Mas...
-SAIIIIIII!!
Daniel pegou nas suas coisas e saiu porta fora, deixando Leonor entregue ás lágrimas e ao chocolate.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Daniel chegou a casa já tarde. As luzes apagadas indicavam que já ninguém estava acordado. Entrou silenciosamente e deixou-se guiar apenas pelas luzes que vinham da rua. Comeu qualquer coisa na cozinha e foi deitar-se. Passou pelo quarto de Samuel, o seu filho de 3 anos. Ele dormia calmo e sereno. Beijou-o ao de leve e foi para o seu quarto. Leonor dormia calmamente quando ele se deitou ao seu lado e lhe beijou a face. Daniel considerava isso uma espécie de ritual, beijar a face da sua mulher mesmo que ele estivesse a dormir. Ela virou-se para ele e, ainda de olhos fechados disse:
-Olá meu amor... estás bem?
-Um pouco cansado.
-Concerteza que ainda tens um pouco de energia para mim...
Dizia ela enquanto lhe acariciava o peito e o beijava ternamente
-Tenho sempre energia para ti minha querida! Mesmo que estivesse morto...
Abraçou-a repentinamente e beijou-a sofregamente enquanto lhe despia o pijama. Ela retribuía o desejo e despia-lhe os boxers rapidamente. Estavam finalmente nus. Acariciaram-se longamente nas sombras do quarto. Aquela média-luz excitava-o. Leonor ligou a luz da cabeceira mas ele logo a desligou.
-Não me queres ver?
-Não sejas louca! Assim vejo-te perfeitamente... e é mais excitante!
Ele sentia-a pronta e penetrou-a devagar. Ele gemia baixinho e pedia mais, mais fundo. Ele acedeu e aumentou o ritmo. Contudo, sem que ele o pudesse prever ou evitar, a imagem de Sandra surgia-lhe na mente. Lutou para a afastar mas ela lá ficou, a um canto da mente como uma observadora excitada. Concentrou-se e cumpriu o seu papel. Leonor veio-se primeiro, num orgasmo longo e forte. Daniel fazia questão disso mesmo. Que Leonor fosse sempre a primeira a vir-se. Depois ele, com calma, prolongando o prazer dela, veio-se. Beijaram-se olhando-se nos olhos enquanto se abraçavam.
-Amo-te.
-Também te amo.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Daniel deixou Eduardo na esplanada. Afinal era um final de tarde de verão junto ao mar e Eduardo queria continuar a "micar as miúdas", como ele próprio gostava de dizer. Eles eram amigos desde sempre. Eduardo o aventureiro impulsivo e Daniel o cuidadoso, o ponderado, aquele que os tirava dos sarilhos que Eduardo arranjava. Tinham discutido muito acerca da decisão de Daniel em não ter respondido à mensagem de Sandra. Enquanto se dirigia para o trabalho, o seu carro serviu como uma bolha que o isolou do resto do mundo.
"Devia ter aceite. Afinal, seria só um café, que mal é que isso tem. Um café entre dois colegas de trabalho. Porra! Perdi uma oportunidade única! Afinal, não é todos os dias que encontramos uma mulher daquelas disposta a ir para a cama connosco. Disso tenho a certeza. A gaja quer..."
A partir daqui a sua mente foi invadida pela imagem de Sandra a bambolear pelo call center nos seus saltos de agulha de 10cm. As suas narinas enchiam-se com aquele odor subtilmente imposto que ela tão bem dominava, quase podia sentir a suavidade do seu cabelo. Mais uma vez se dava conta que este simples pensamento fazia crescer o seu desejo, a sua vontade, a sua masculinidade.
"Merda, merda, merda! Deixa-te de merdas Daniel! Com uma gaja do trabalho nunca! Os sarilhos que poderias arranjar... e depois a gaja deve querer mais que uma quequa ou duas. As gajas nunca querem só dar umas quequas. Não. Não posso." Sabia que não a ia encontrar no trabalho. Quase como um reflexo, a primeira coisa que fazia quando chegava era consultar a escala dos operadores de chamadas e procurar o nome dela. A excitação tomava conta dele se os seus turnos coincidiam. Sentia-se aliviado por não ter que lhe justificar a razão de ter ignorado o seu convite mas, por outro lado sentia-se desapontado por não a poder ver. O seu corpo sentia-se desapontado. Era como se ela fosse uma droga que lhe despertasse os sentidos. Acima de tudo estimulava-lhe o desejo. A sua mente desenhava cenários de sexo desenfreado nos vários locais do trabalho: em cima da sua secretária, na casa de banho, no quarto escuro. Ela, pura e simplesmente desconcertava-o! Todo o seu ser o empurrava para junto dela, para a sua unidade de trabalho, inventava pretextos para lhe falar, para se aproximar dela e cheirar o seu cabelo, para gentilmente lhe pousar a mão no ombro enquanto lhe ditava instruções desnecessárias. O seu momento zen acontecia quando ela o convidava para um café após o jantar. E ficava furioso se ela não o fazia, preferindo a companhia de outras colegas. Estava completamente apanhado. "Daniel, Daniel... não comeces com ideias." babulciava de si para si quando ela o provocava. "Controla-te. És o chefe dela, não podes simplesmente dar-lhe uma queca no teu gabinete e esperar que ninguém descubra! Afinal, tudo se sabe neste ninho de víboras!".
Mas ele deixava-a avançar sempre mais um pouco. No seu íntimo ele queria estar com ela e ela sabia-o. Num corredor vazio onde estava a máquina do café, ela colocou a mão no peito dele. AO de leve mas o suficiente para o acariciar subtilmente. Depois avançou pelo abdómen descendo e terminando o seu caminho no cinto dele. Apoiou a mão no cinto dele como se fosse a coisa mais natural do mundo, um sorriso na face, os olhos expressivamente a convidar. Largou-a e enfiou-se no WC. Masturbou-se energicamente e veio-se rápido. Arrependeu-se. "Bolas. Pareces um miúdo com as putas das hormonas ao saltos! Foda-se." Limpou-se e saiu, arrependido e com a ligeira sensação que ela sabia o que ele tinha acabado de fazer.
Alguém o chamou,
-Daniel, tem uma chamada em espera na linha 1.
-Quem é?
-A sua esposa.

sábado, 30 de janeiro de 2010

"estou na costa. vens beber um café cmg?"
-Merda! Esta gaja agora...
-Um SMS da Sandra?! Meu! Ela está aqui!! Diz-lhe que sim, vá!!
-Estás louco. Não.
-Qual é a tua meu? Ela está mesmo a pedir... VAI MEU, responde-lhe que sim!
-Não.
-Foda-se. Vou mesmo deixar de te falar...

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Quando se aproximou da esplanada já Eduardo estava calmamente sentado, observando quem passava no novo estradão da Costa. Todo ele era coolness! O cabelo bem aparado quase do tamanho da barba bem trabalhada. Os seus inseparáveis óculos de sol XXL (que ele afirmava usar porque "as miúdas curtem" mas que na verdade serviam para esconder os seus olhos demasiado pequenos!), calções pelo joelho e as havaianas brancas eram a sua imagem de marca durante o verão. Mantinha aquela pinta de rufia desde sempre e era essa a sua principal arma nas suas conquistas!
-Desculpa o atraso..
-Qual é meu! Sem stress. Tenho estado aqui a ver a miúdas... mãe do céu! Adoro o verão por causa disto! O mulherio cheio de calor, os tops, as mini-saias. Loucura meu, lou-cu-ra! É o que te digo.
-Nisso tens razão! Já vi bom gado no caminho do carro até aqui!
-Por falar em gado... recebeste a minha mensagem?
-Claro pá! Conta, conta!!
-Ouve, não vais acreditar! Ontem foi aquele workshop da treta lá do callcenter. Aquele sobre técnicas de comunicação. Enfim, não tinha vontade nenhuma de ir mas pronto... logo que cheguei topei logo uma tipa lá no fundo da sala. Alta, magra, bem arranjada com umas calças de ganga bem justinhas e um top muito básico. Estava sozinha. No intervalo posicionei-me estrategicamente para lher ver o rabinho... e que rabo meu! No final tens aquela treta de café e bolhinhos e a tipa veio falar-me! Nem queria acreditar! Meteu conversa que tinha gostado das minhas intervenções...
-Sempre foste um lírico do caraças!
-... deixa-me acabar porra! Disse que gostou das minhas intervenções e perguntou qual o centro onde trabalhava e essas tretas. Notei um sotaque estranho na sua voz mas percebi quando me disso o nome: Marie Claire! Francesa meu!! Fiquei logo em brasa porque dizem que as francesas não perdoam... fiquei estúpido depois quando me disse a idade: 41! Foda-se, 41?!? Eu dava-lhe uns 33! Conversa puxa conversa e ela deu-me as dicas todas! TODAS! Que loucura! Quando me disse que morava ali perto, que dava para ir a pé, arrisquei! Ofereci-me para a levar a casa! E ela aceitou!! Daqui prá frente, deixo á tua imaginação! Só te digo uma coisa amigo, a partir de hoje olho para as quarentonas com um olhar diferente! Que louca! Não acreditas na concentração que tive de ter para não me vir antes dela meu!!
-Não é assim com todas??
-Vai pró caralhinho. Nunca uma mulher me tinha dado tanto prazer. Arrepio-me só de pensar. Olha só para os meus braços... Marie Claire...
-E então? Vão voltar a encontrar-se?
-Mas tu estás louco? Foda-se, vê-se logo que não dás uma queca há muito tempo meu... isto é uma coisa de uma noite e pronto! Já me conheces...
-Pois conheço. Há muitos anos!
-. Há muitos anos... E então a outra lá do trabalho? Aquela Sandra? A gaja anda louca para te papar meu!
-És maluco. Anda agora.
-Mas que merda meu! Só tu é que não vês! A maneira como ele empina aquele rabinho como se dissesse "Come-me", como olha para ti, como está sempre ansiosa que chegues... eu já a topei! Mas tu sempre foste assim. Sem fazeres nada tens sempre uma gaja qualquer a levitar à tua volta! E sempre gajas boas! E tu... nada! Sempre com essa história do amor e da fidelidade! Fieis são os cães...
- Já não sei... já não sei se acredito nisso. Vou contar-te uma coisa mas juro-te que te esfolo se falas disto a mais alguém!
-O quê?
-Ontem à noite fui tomar café com ela na "sala escura"...
-...UUUI a "sala escura"...
-Deixa-em acabar. Fomos tomar café depois do jantar e, quando dei por isso ela estava sentada de costas para mim e eu com uma tesão do caralho encostado ao dela, com as mãos nas costas delas, soutien desapertado e com uma vontade do caralho de lhe apalpar as mamas... por momentos fiquei cego, só queria tirar-lhe as calças (o que não era difícil) e papa-la mesmo ali...
-O QUÊ?!!? E não a papaste?
-Não. Apertei-lhe o soutien de novo, levantei-me e saímos. Ela não voltou a falar comigo e eu andei de "pau-feito" até ao final do turno.
-Que paneleiro meu... ÉS UM MERDAS PÁ!!! Nem sei como sou teu amigo... uma gaja tão boa, ainda por cima a pedi-las... foda-se. E quem é que iria saber? Que parvalhão...
-Ouve Eduardo. EU iria saber. EU! E não conseguiria viver com isso... além disso a tipa tem um filho pequeno. Achas mesmo que ela quer só dar umas quequas com um gajo qualquer no trabalho? És parvo. Ainda por cima uma gaja que trabalha comigo. É demasiado complicado.
-Tu é que és complicado. Isso são tudo desculpas que arranjas agora, depois de teres desperdiçado a oportunidade... ainda me custa a acreditar.
- Pede mas é um café...

sábado, 23 de janeiro de 2010

Preparava-se para se deitar quando o Nokia berrou o sinal de SMS recebido.
"nao vais acreditar. acabo de dar a queca da minha vida. amanha falamos"
Sorriu. O Eduardo tinha a sensibilidade de um cepo mas era o seu melhor amigo!

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

-Sabes? Sonhei contigo!

Ela atirou-lhe aquela informação de uma forma descarada, com um riso escarninho na face sabendo que ele iria roer-se de curiosidade durante o tempo que estivessem sem se encontrar. Afinal, aqueles horários rotativos do call center tornavam os seus encontros imprevisíveis. Ele sorriu subtilmente. Há meses que andavam naquele jogo do gato e do rato, numa espécie de flirt não declaradamente assumido mas implícito. Aquela mulher, não sendo uma "bomba", não sendo uma mulher estonteantemente bonita, despertava nele um sentimento difícil de definir. Uma espécie de vazio na barriga que se transformava depois num arrepio quente que se alastrava um pouco mais para baixo. Ele não conseguia identificar claramente, nem sequer definir o que nela havia que o afectava assim. Mas ela cuidava-se. As unhas de gel impecavelmente tratadas, com cores e motivos diferentes todas as semanas arrepiavam-no! Embora as achasse sempre compridas demais, não conseguia deixar de imaginar aquelas unhas a cravarem-se impiedosamente nas suas costas. Andava sempre de salto alto o que lhe dava uma elegância que os seu metro e sessenta de altura não deixava adivinhar e andava sempre perfumada. Não de uma forma ostensiva, daquelas que empestam a sala mas de uma maneira mais subtil. Ele detectava sempre que ela mudava de cheiro e desejava morder a curva do pescoço dela. Avidamente.

-Cabra.

Pensou enquanto a mirava a afastar-se, o andar elegante, o discreto ondular das ancas.

-Engordaste um bocadinho mas continuas com um rabo delicioso...

Este pensamento envolveu-lhe a mente enquanto sentia o arrepio quente a percorrer o caminho descendente para terminar bem na ponta do seu pénis. Ele, o pénis, parecia ganhar vida própria quando a via e a cheirava. Ele, o pénis queria prová-la. Abanou a cabeça freneticamente para afastar as imagens luxuriosas que lhe passavam diante dos olhos e voltou para a sua função de coordenador da sala.
Aquilo que um dia começara como uma conversa brejeira com troca de frases de sentido dúbio mas implícito logo evoluíra para algo mais pessoal. Ele arriscava perguntas cada vez mais pessoais e ela respondia-lhe com insinuações. Ela convidava-o para um café mas sempre apenas a dois. Trocavam olhares e sorrisos provocantes enquanto sorviam os seus cafés quentes. Ele começou a agarrar-lhe primeiro no braço enquanto caminhavam pelos corredores vazios e sombrios do prédio, nas noites de plantão, e logo depois um braço sobre os ombros e, por fim, as suas mãos na cintura dela, a sua pélvis no rabo dela. Ela sorria maliciosamente e inclinava a cabeça para o seu ombro, o cheiro dela a invadir as narinas dele, o arrepio da barriga para o sexo dele que inchava e crescia e pulsava de desejo. Ele estava preenchido pelo desejo de foder aquela mulher. Ela sabia e perpetuava o jogo. Nenhum avançava. Nenhum arriscava.
Numa dessas noites mortas de plantão nocturno ele encaminhou-a para uma sala escura, para tomarem o seu habitual café. Nenhuma luz havia a não ser a ténue luz dos candeeiros da rua que entrava timidamente pelas janelas.
-Hoje sinto-me tão cansada. E temos ainda tanta noite pela frente. Dói-me o pescoço de estar sentada naquela porcaria de cadeiras que temos para trabalhar...
Ele percebeu o convite e ofereceu-se para uma massagem. Ela levantou-se e rodou para se sentar com o peito apoiado no apoio de costas da cadeira. Encostou a sua cadeira à dele, alçou uma perna e sentou-se. Ele observou aquele movimento propositado e exagerado quando o rabo dela passou a centímetros do seu nariz. Estavam agora sentados, ele de frente de pernas abertas, ela de costas para ele, bem encaixada nele, inclinada sobre a cadeira. A sua blusa curta levantara e os seus jeans de cintura descaída baixaram revelando o fio dental que ela trazia nessa noite. Ele começou a massagem pelo pescoço, sem uma palavra. Depois desceu, sempre massajando por cima da blusa. Depois o pescoço outra vez e, ousadia, os ombros e os braços. Desceu e enfiou as mãos por baixo da blusa. Perdeu-se com o toque na pele dela e ficou cheio de tesão. Incomodava-o o seu pénis duro preso nas calças mas não havia nada para controlar isso. Subiu e voltou aos ombros. Ela arqueou as costas e pressionou a braguilha dele com as suas nádegas. Ele desapertou-lhe o soutien e continuou a massagem. Sentia as margens das mamas dela e imaginava os seus mamilos duros. Inspirou fundo, apertou-lhe o soutien, largou-lhe as costas e levantou-se. Sorriu-lhe. Ela devolveu-lhe um olhar confuso e desapontado.
Chegou a casa na madrugada, despiu-se e enfiou-se debaixo do chuveiro quente. As delicadas costas dela não lhe saiam do pensamento, o toque da sua pele, aquele apetitoso rabo encaixado na sua erecção, no seu desejo. Estava de novo duro, forte e pronto. Masturbou-se enquanto sussurrava o nome dela. Sandra.

Ponto de Situação.

Ora bem. O blog não está morto. Está em coma induzido. Com uma das autoras prenhe até ás orelhas e com o marido inválido e com a outra afundada numa piscina de anões (imaginem uma piscina de bolas mas cheiinha de anões), não me resta nenhuma alternativa a não ser reanimar o nosso blog enfermo sozinho! É por ser enfermeiro.
Portanto: a saga da Aldeia de S. Vicente da Lua encontra-se em suspenso por greve dos argumentistas. Se os americanos tiveram nós também queremos. Encaramos a coisa como uma espécie de "season one" que terminou em suspenso. Só para aguçar a curiosidade dos nossos (cinco) leitores. Agora vou eu escrever uma historieta sozinho só para me armar ao pingarelho.
Prometo muito delírio esquizofrénico, prometo não seguir nenhuma narrativa minimamente coerente. Não prometo é que seja algo de jeito.
Posto isto, vou começar a escrever.