Daniel deixou Eduardo na esplanada. Afinal era um final de tarde de verão junto ao mar e Eduardo queria continuar a "micar as miúdas", como ele próprio gostava de dizer. Eles eram amigos desde sempre. Eduardo o aventureiro impulsivo e Daniel o cuidadoso, o ponderado, aquele que os tirava dos sarilhos que Eduardo arranjava. Tinham discutido muito acerca da decisão de Daniel em não ter respondido à mensagem de Sandra. Enquanto se dirigia para o trabalho, o seu carro serviu como uma bolha que o isolou do resto do mundo.
"Devia ter aceite. Afinal, seria só um café, que mal é que isso tem. Um café entre dois colegas de trabalho. Porra! Perdi uma oportunidade única! Afinal, não é todos os dias que encontramos uma mulher daquelas disposta a ir para a cama connosco. Disso tenho a certeza. A gaja quer..."
A partir daqui a sua mente foi invadida pela imagem de Sandra a bambolear pelo call center nos seus saltos de agulha de 10cm. As suas narinas enchiam-se com aquele odor subtilmente imposto que ela tão bem dominava, quase podia sentir a suavidade do seu cabelo. Mais uma vez se dava conta que este simples pensamento fazia crescer o seu desejo, a sua vontade, a sua masculinidade.
"Merda, merda, merda! Deixa-te de merdas Daniel! Com uma gaja do trabalho nunca! Os sarilhos que poderias arranjar... e depois a gaja deve querer mais que uma quequa ou duas. As gajas nunca querem só dar umas quequas. Não. Não posso." Sabia que não a ia encontrar no trabalho. Quase como um reflexo, a primeira coisa que fazia quando chegava era consultar a escala dos operadores de chamadas e procurar o nome dela. A excitação tomava conta dele se os seus turnos coincidiam. Sentia-se aliviado por não ter que lhe justificar a razão de ter ignorado o seu convite mas, por outro lado sentia-se desapontado por não a poder ver. O seu corpo sentia-se desapontado. Era como se ela fosse uma droga que lhe despertasse os sentidos. Acima de tudo estimulava-lhe o desejo. A sua mente desenhava cenários de sexo desenfreado nos vários locais do trabalho: em cima da sua secretária, na casa de banho, no quarto escuro. Ela, pura e simplesmente desconcertava-o! Todo o seu ser o empurrava para junto dela, para a sua unidade de trabalho, inventava pretextos para lhe falar, para se aproximar dela e cheirar o seu cabelo, para gentilmente lhe pousar a mão no ombro enquanto lhe ditava instruções desnecessárias. O seu momento zen acontecia quando ela o convidava para um café após o jantar. E ficava furioso se ela não o fazia, preferindo a companhia de outras colegas. Estava completamente apanhado. "Daniel, Daniel... não comeces com ideias." babulciava de si para si quando ela o provocava. "Controla-te. És o chefe dela, não podes simplesmente dar-lhe uma queca no teu gabinete e esperar que ninguém descubra! Afinal, tudo se sabe neste ninho de víboras!".
Mas ele deixava-a avançar sempre mais um pouco. No seu íntimo ele queria estar com ela e ela sabia-o. Num corredor vazio onde estava a máquina do café, ela colocou a mão no peito dele. AO de leve mas o suficiente para o acariciar subtilmente. Depois avançou pelo abdómen descendo e terminando o seu caminho no cinto dele. Apoiou a mão no cinto dele como se fosse a coisa mais natural do mundo, um sorriso na face, os olhos expressivamente a convidar. Largou-a e enfiou-se no WC. Masturbou-se energicamente e veio-se rápido. Arrependeu-se. "Bolas. Pareces um miúdo com as putas das hormonas ao saltos! Foda-se." Limpou-se e saiu, arrependido e com a ligeira sensação que ela sabia o que ele tinha acabado de fazer.
Alguém o chamou,
-Daniel, tem uma chamada em espera na linha 1.
-Quem é?
-A sua esposa.
3 comentários:
«As mulhere nunca querem só uma "quequa"»?! Talvez... Mas se for uma boa queca, pode ser que não insistam. :)
hummmm... algumas mulheres que conheci eram piores que ele... e sim, procuravam só uma queca e detestavam os que depois queriam mais.
Mas estou a adorar a história, como sempre :)
bjs
depois volto com calma pra ler direitinho isso é muito bom...
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