Há quem goste delas curtas, há quem as aprecie mais longas, mas para nós o tamanho não importa, uma história merece sempre ser contada.

sábado, 30 de janeiro de 2010

"estou na costa. vens beber um café cmg?"
-Merda! Esta gaja agora...
-Um SMS da Sandra?! Meu! Ela está aqui!! Diz-lhe que sim, vá!!
-Estás louco. Não.
-Qual é a tua meu? Ela está mesmo a pedir... VAI MEU, responde-lhe que sim!
-Não.
-Foda-se. Vou mesmo deixar de te falar...

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Quando se aproximou da esplanada já Eduardo estava calmamente sentado, observando quem passava no novo estradão da Costa. Todo ele era coolness! O cabelo bem aparado quase do tamanho da barba bem trabalhada. Os seus inseparáveis óculos de sol XXL (que ele afirmava usar porque "as miúdas curtem" mas que na verdade serviam para esconder os seus olhos demasiado pequenos!), calções pelo joelho e as havaianas brancas eram a sua imagem de marca durante o verão. Mantinha aquela pinta de rufia desde sempre e era essa a sua principal arma nas suas conquistas!
-Desculpa o atraso..
-Qual é meu! Sem stress. Tenho estado aqui a ver a miúdas... mãe do céu! Adoro o verão por causa disto! O mulherio cheio de calor, os tops, as mini-saias. Loucura meu, lou-cu-ra! É o que te digo.
-Nisso tens razão! Já vi bom gado no caminho do carro até aqui!
-Por falar em gado... recebeste a minha mensagem?
-Claro pá! Conta, conta!!
-Ouve, não vais acreditar! Ontem foi aquele workshop da treta lá do callcenter. Aquele sobre técnicas de comunicação. Enfim, não tinha vontade nenhuma de ir mas pronto... logo que cheguei topei logo uma tipa lá no fundo da sala. Alta, magra, bem arranjada com umas calças de ganga bem justinhas e um top muito básico. Estava sozinha. No intervalo posicionei-me estrategicamente para lher ver o rabinho... e que rabo meu! No final tens aquela treta de café e bolhinhos e a tipa veio falar-me! Nem queria acreditar! Meteu conversa que tinha gostado das minhas intervenções...
-Sempre foste um lírico do caraças!
-... deixa-me acabar porra! Disse que gostou das minhas intervenções e perguntou qual o centro onde trabalhava e essas tretas. Notei um sotaque estranho na sua voz mas percebi quando me disso o nome: Marie Claire! Francesa meu!! Fiquei logo em brasa porque dizem que as francesas não perdoam... fiquei estúpido depois quando me disse a idade: 41! Foda-se, 41?!? Eu dava-lhe uns 33! Conversa puxa conversa e ela deu-me as dicas todas! TODAS! Que loucura! Quando me disse que morava ali perto, que dava para ir a pé, arrisquei! Ofereci-me para a levar a casa! E ela aceitou!! Daqui prá frente, deixo á tua imaginação! Só te digo uma coisa amigo, a partir de hoje olho para as quarentonas com um olhar diferente! Que louca! Não acreditas na concentração que tive de ter para não me vir antes dela meu!!
-Não é assim com todas??
-Vai pró caralhinho. Nunca uma mulher me tinha dado tanto prazer. Arrepio-me só de pensar. Olha só para os meus braços... Marie Claire...
-E então? Vão voltar a encontrar-se?
-Mas tu estás louco? Foda-se, vê-se logo que não dás uma queca há muito tempo meu... isto é uma coisa de uma noite e pronto! Já me conheces...
-Pois conheço. Há muitos anos!
-. Há muitos anos... E então a outra lá do trabalho? Aquela Sandra? A gaja anda louca para te papar meu!
-És maluco. Anda agora.
-Mas que merda meu! Só tu é que não vês! A maneira como ele empina aquele rabinho como se dissesse "Come-me", como olha para ti, como está sempre ansiosa que chegues... eu já a topei! Mas tu sempre foste assim. Sem fazeres nada tens sempre uma gaja qualquer a levitar à tua volta! E sempre gajas boas! E tu... nada! Sempre com essa história do amor e da fidelidade! Fieis são os cães...
- Já não sei... já não sei se acredito nisso. Vou contar-te uma coisa mas juro-te que te esfolo se falas disto a mais alguém!
-O quê?
-Ontem à noite fui tomar café com ela na "sala escura"...
-...UUUI a "sala escura"...
-Deixa-em acabar. Fomos tomar café depois do jantar e, quando dei por isso ela estava sentada de costas para mim e eu com uma tesão do caralho encostado ao dela, com as mãos nas costas delas, soutien desapertado e com uma vontade do caralho de lhe apalpar as mamas... por momentos fiquei cego, só queria tirar-lhe as calças (o que não era difícil) e papa-la mesmo ali...
-O QUÊ?!!? E não a papaste?
-Não. Apertei-lhe o soutien de novo, levantei-me e saímos. Ela não voltou a falar comigo e eu andei de "pau-feito" até ao final do turno.
-Que paneleiro meu... ÉS UM MERDAS PÁ!!! Nem sei como sou teu amigo... uma gaja tão boa, ainda por cima a pedi-las... foda-se. E quem é que iria saber? Que parvalhão...
-Ouve Eduardo. EU iria saber. EU! E não conseguiria viver com isso... além disso a tipa tem um filho pequeno. Achas mesmo que ela quer só dar umas quequas com um gajo qualquer no trabalho? És parvo. Ainda por cima uma gaja que trabalha comigo. É demasiado complicado.
-Tu é que és complicado. Isso são tudo desculpas que arranjas agora, depois de teres desperdiçado a oportunidade... ainda me custa a acreditar.
- Pede mas é um café...

sábado, 23 de janeiro de 2010

Preparava-se para se deitar quando o Nokia berrou o sinal de SMS recebido.
"nao vais acreditar. acabo de dar a queca da minha vida. amanha falamos"
Sorriu. O Eduardo tinha a sensibilidade de um cepo mas era o seu melhor amigo!

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

-Sabes? Sonhei contigo!

Ela atirou-lhe aquela informação de uma forma descarada, com um riso escarninho na face sabendo que ele iria roer-se de curiosidade durante o tempo que estivessem sem se encontrar. Afinal, aqueles horários rotativos do call center tornavam os seus encontros imprevisíveis. Ele sorriu subtilmente. Há meses que andavam naquele jogo do gato e do rato, numa espécie de flirt não declaradamente assumido mas implícito. Aquela mulher, não sendo uma "bomba", não sendo uma mulher estonteantemente bonita, despertava nele um sentimento difícil de definir. Uma espécie de vazio na barriga que se transformava depois num arrepio quente que se alastrava um pouco mais para baixo. Ele não conseguia identificar claramente, nem sequer definir o que nela havia que o afectava assim. Mas ela cuidava-se. As unhas de gel impecavelmente tratadas, com cores e motivos diferentes todas as semanas arrepiavam-no! Embora as achasse sempre compridas demais, não conseguia deixar de imaginar aquelas unhas a cravarem-se impiedosamente nas suas costas. Andava sempre de salto alto o que lhe dava uma elegância que os seu metro e sessenta de altura não deixava adivinhar e andava sempre perfumada. Não de uma forma ostensiva, daquelas que empestam a sala mas de uma maneira mais subtil. Ele detectava sempre que ela mudava de cheiro e desejava morder a curva do pescoço dela. Avidamente.

-Cabra.

Pensou enquanto a mirava a afastar-se, o andar elegante, o discreto ondular das ancas.

-Engordaste um bocadinho mas continuas com um rabo delicioso...

Este pensamento envolveu-lhe a mente enquanto sentia o arrepio quente a percorrer o caminho descendente para terminar bem na ponta do seu pénis. Ele, o pénis, parecia ganhar vida própria quando a via e a cheirava. Ele, o pénis queria prová-la. Abanou a cabeça freneticamente para afastar as imagens luxuriosas que lhe passavam diante dos olhos e voltou para a sua função de coordenador da sala.
Aquilo que um dia começara como uma conversa brejeira com troca de frases de sentido dúbio mas implícito logo evoluíra para algo mais pessoal. Ele arriscava perguntas cada vez mais pessoais e ela respondia-lhe com insinuações. Ela convidava-o para um café mas sempre apenas a dois. Trocavam olhares e sorrisos provocantes enquanto sorviam os seus cafés quentes. Ele começou a agarrar-lhe primeiro no braço enquanto caminhavam pelos corredores vazios e sombrios do prédio, nas noites de plantão, e logo depois um braço sobre os ombros e, por fim, as suas mãos na cintura dela, a sua pélvis no rabo dela. Ela sorria maliciosamente e inclinava a cabeça para o seu ombro, o cheiro dela a invadir as narinas dele, o arrepio da barriga para o sexo dele que inchava e crescia e pulsava de desejo. Ele estava preenchido pelo desejo de foder aquela mulher. Ela sabia e perpetuava o jogo. Nenhum avançava. Nenhum arriscava.
Numa dessas noites mortas de plantão nocturno ele encaminhou-a para uma sala escura, para tomarem o seu habitual café. Nenhuma luz havia a não ser a ténue luz dos candeeiros da rua que entrava timidamente pelas janelas.
-Hoje sinto-me tão cansada. E temos ainda tanta noite pela frente. Dói-me o pescoço de estar sentada naquela porcaria de cadeiras que temos para trabalhar...
Ele percebeu o convite e ofereceu-se para uma massagem. Ela levantou-se e rodou para se sentar com o peito apoiado no apoio de costas da cadeira. Encostou a sua cadeira à dele, alçou uma perna e sentou-se. Ele observou aquele movimento propositado e exagerado quando o rabo dela passou a centímetros do seu nariz. Estavam agora sentados, ele de frente de pernas abertas, ela de costas para ele, bem encaixada nele, inclinada sobre a cadeira. A sua blusa curta levantara e os seus jeans de cintura descaída baixaram revelando o fio dental que ela trazia nessa noite. Ele começou a massagem pelo pescoço, sem uma palavra. Depois desceu, sempre massajando por cima da blusa. Depois o pescoço outra vez e, ousadia, os ombros e os braços. Desceu e enfiou as mãos por baixo da blusa. Perdeu-se com o toque na pele dela e ficou cheio de tesão. Incomodava-o o seu pénis duro preso nas calças mas não havia nada para controlar isso. Subiu e voltou aos ombros. Ela arqueou as costas e pressionou a braguilha dele com as suas nádegas. Ele desapertou-lhe o soutien e continuou a massagem. Sentia as margens das mamas dela e imaginava os seus mamilos duros. Inspirou fundo, apertou-lhe o soutien, largou-lhe as costas e levantou-se. Sorriu-lhe. Ela devolveu-lhe um olhar confuso e desapontado.
Chegou a casa na madrugada, despiu-se e enfiou-se debaixo do chuveiro quente. As delicadas costas dela não lhe saiam do pensamento, o toque da sua pele, aquele apetitoso rabo encaixado na sua erecção, no seu desejo. Estava de novo duro, forte e pronto. Masturbou-se enquanto sussurrava o nome dela. Sandra.

Ponto de Situação.

Ora bem. O blog não está morto. Está em coma induzido. Com uma das autoras prenhe até ás orelhas e com o marido inválido e com a outra afundada numa piscina de anões (imaginem uma piscina de bolas mas cheiinha de anões), não me resta nenhuma alternativa a não ser reanimar o nosso blog enfermo sozinho! É por ser enfermeiro.
Portanto: a saga da Aldeia de S. Vicente da Lua encontra-se em suspenso por greve dos argumentistas. Se os americanos tiveram nós também queremos. Encaramos a coisa como uma espécie de "season one" que terminou em suspenso. Só para aguçar a curiosidade dos nossos (cinco) leitores. Agora vou eu escrever uma historieta sozinho só para me armar ao pingarelho.
Prometo muito delírio esquizofrénico, prometo não seguir nenhuma narrativa minimamente coerente. Não prometo é que seja algo de jeito.
Posto isto, vou começar a escrever.