Prudêncio usava de todas as suas forças na tentativa de sufocar Alzira. Sentia-se como um estranho na sua própria pele. Aquela decisão rápida, quase impulsiva, ao agarrar a almofada e colocá-la na carantonha disforme de Alzira tinha-o surpreendido. Contudo, uma estranha satisfação percorria-lhe os músculos mirrados mas agora retesados. A sua face sorria, o que contrastava com o suor que lhe escorria pela face, com os músculos da face contraídos, a careca parecia ter aumentado com os sulcos que agora lhe marcavam a testa. Os lábios finos esticados mas afastados um do outro desvendavam-lhe os dentes que raramente mostrava num sorriso, desalinhados, amarelos com uma película seborreica que se apoiava na gengiva preta. Mas, aquela face deixava adivinhar uma realização pessoal, o cumprir de um sonho.
Enquanto apertava a almofada contra a cara da sua esposa, Prudêncio pensava "Vais morrer... vou matar-te... odeio-te! Onde estão os gritos agora? Agride-me agora vaca gorda!!! Julgavas que eu não seria capaz? Porca, monte de banha malcheiroso, balde de merda". Acima de tudo, Prudêncio estava orgulhoso dele próprio. Julgava nunca ser capaz de concretizar uma acção na qual pensava há muito tempo: o assassinato de Alzira. Agora que finalmente tinha ganho a coragem necessária para o fazer sentia-se, após tantos anos, um Homem. Ao montar Alzira daquela forma, como de de um touro se tratasse, agarrando-se com a força das pernas e com a almofada sufocando-a, enquanto ela se debatia para se libertar algo luminoso aconteceu: uma erecção! Sentia-se poderoso e isso excitava-o.
De repente, a sua expressão mudou. As mãos largas, rugosas e excessivamente masculinas de Alzira afagavam-lhe a face exterior das coxas. Conseguia ouvi-la, num tom abafado pelas penas da almofada dizendo "Sim, assim sim homem... queres comer-me à bruta?? Já estou toda molhadinha pelas pernas abaixo..." Ao aperceber-se do toque húmido nas suas pernas não foi capaz de conter-se. Vomitou o jantar em cima dela! Alzira urrou de ódio ao aperceber-se do que a estava a molhar. O touro enfureceu-se e Prudêncio desesperou. Alzira fazia uso de toda a sua força bruta para se libertar. Prudêncio usava os seus 60 kg de peso contra a força bruta de uma mulher de 100kg verdadeiramente enfurecida. Inevitavelmente, o touro venceu. Prudêncio embateu violentamente contra a parede do quarto, sentiu as pequenas saliências pontiagudas do cimento mal acabado cravarem-se na pele. Alzira levantou-se exclamando "MAS QUE MERDA É ESTA??!?!?!". Prudêncio encolheu-se antecipando um pontapé em cheio na cara mas Alzira retirou-se arrastando-se para trocar de camisa.
Prudêncio paralisou por um pouco. Depois sorriu, maliciosamente. Concluíra que tinha a coragem para matar o touro, era só uma questão de tempo até encontrar o meio mais eficaz para o fazer.
9 comentários:
Boa, Prudêncio. Vais no bom caminho!
Lá te espero no funeral da Alzira, a não ser que vás preso... :S
Miguel mas QUE NOJO!!!!!!!!!! A descrição da boca de Prudêncio foi das mais grotescas da história ;)
Estamos no bom caminho. Os nossos leitores vão gregoriar-se enquanto nos lêem.
Parabéns, safaste-te bem!
Isto está a ficar animado grande Prudêncio bjs
Meu Deus... Eu acabadinha de beber o meu iogurte ia-me dando uma coisa má.
Mas que é isto? O Miguel esmerou-se mesmo.... Mas não posso não escrever isto: QUE NOJO!!!!!
É tão bom saber que ainda consigo causar náusea nas mulheres... ahhhhhh, sinto-me como se tivesse outra vez 16 anos!!!
Um beijinho do Prudêncio a todas!
Miguel sinto a saliva e escorrer pela cara depois do beijo à Prudêncio. Brigadinha...
Hummm, então o Prudêncio já é 'amigalhaço' do Miguel ?
ahahahah
Não, não, Miguel! Fujo de beijinhos do Prudêncio! Obrigada, mas dispenso! yaic
AIIIIIIII esse beijinho Miguel... ainda me deu mais náuseas :P
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