Há quem goste delas curtas, há quem as aprecie mais longas, mas para nós o tamanho não importa, uma história merece sempre ser contada.

sábado, 29 de maio de 2010

O Inverno e a Aldeia 27

- Escute Sr. Prior, escute. Consegue ouvi-los? - A voz de Joana não passava de um segredo ao ouvido do padre que se arrepiou até ao mais intimo de si.
- Do que é que falas Joana? Nada oiço. - Levou a mão à pequena adaga apertando-a com força enquanto proferia uma oração interior.
- As vozes, agora ainda sussurram, mas em breve serão gritos. O que é que eles querem de mim, porquê eu? Porquê?
Sem parar de rezar, Alberto segurou os dois pulsos de Joana, perante o horror desta e desferiu dois golpes bem fundos em cada um deles.
- Desapodera-te desta alma e desta aldeia tu que negro vestes, que negro és e que todas as línguas falas.
- O que é que me faz Padre?! - A expressão de choque dela deixava Alberto cada vez mais ansioso, mas não podia hesitar, não agora. E sem ter tempo de proferir uma oração golpeou novamente os pulsos da jovem desenhando uma cruz de sangue sobre a pele pálida.
Joana caiu de joelhos no chão, trémula, sem forças e no exacto momento em que a madeira sob o seu corpo range vergada ao peso, o Prior escuta os cânticos. Olha-a transido de terror, do olhar dela apenas a alma que lhe foge do corpo.
- Não mentias então? - Precipita-se para a janela, mas antes de conseguir enxergar o que quer que fosse um estrondo imenso toma conta de toda a divisão, alguém forçara a porta e entrara demolidoramente. Alguém que a escuridão não deixava ver...

3 comentários:

Ana C. disse...

Não gosto de promessas não eleitorais por cumprir. Cof, cof. Foi o melhor que se arranjou ;)

Miguel disse...

(o meu plano resulta como pensado... ehehehehheh!)

Nuvem disse...

BOA!!!!!!!!!
se soubesse que bastava pedir... :)
espero pela continuação :)

beijinhos pessoal das histórias :)