Toda a sucessão de imagens do passado dava a Gina a força que precisava para continuar a massajar o peito de Thomas, conferindo às suas frágeis mãos uma força que desconhecia.
- Vive Thomas, vive! Não me podes deixar aqui entregue ao passado, por favor vive!
Soprava-lhe uma dádiva de ar sobre os lábios, enquanto a massagem de reanimação prosseguia, impiedosa, já não dependendo de si. Era alguém que movia os braços por ela, alguém superior a ela. Gina chorava, mas as lágrimas eram agora a sua voz que gritava por ajuda.
Foi como num sonho que viu entrar ajuda e como num sonho que foi também ela carregada em braços para longe dali.
- Salvem-no, façam alguma coisa, ele não pode morrer, não nos meus braços! Eu tenho que amar, eu ainda consigo amar…
E tudo ficou negro como um manto de noite sobre os seus olhos molhados.
Gina acordou o que podiam ser dias ou meses depois. Um quarto demasiado claro, demasiado branco atordoou-a por breves instantes antes de se aperceber que alguém a seu lado a velava.
- Thomas?
E um sorriso sofrido confirmou-lhe a suspeita. Aquele homem outrora forte e determinado estendia-lhe agora uma mão frágil e magra, afagando-lhe o rosto.
-Salvaste-me Gina… Mas sofreste uma emoção tão forte que caíste num sono profundo.
- Quanto tempo? Há quanto tempo é que estou aqui? – Tentava sorrir-lhe de volta, mas não conseguia.
- Há dois meses minha querida. – Aquele era mesmo o dono de Netherfield, frio e distante? Parecia-lhe transformado, talvez pela emoção quente que só o amor confere.
- E tu? Como é que estás?
- Referes-te à parte de mim que me faz mais homem?
Gina anuiu sem sombra de embaraço.
- Sou agora menos homem Gina. Tiveram que optar entre a minha virilidade e a minha vida. Estou vivo, mas menos eu. – Os seus lábios donos de uma quentura desconcertante beijaram-lhe a palma da mão que se arrepiou.
- E o Daniel? Ele, ele foi preso? O que é que lhe aconteceu?
- O Daniel está internado numa instituição para doentes mentais, mas em breve vai ter alta. Os velhos fantasmas de Netherfield nunca mais apareceram para me atormentar, anda tudo estranhamente calmo desde a catástrofe.
- Talvez tenham tido a sua vingança. - Gina queria acreditar nas suas próprias palavras.
Thomas desviou o olhar, como se escondesse alguma coisa e colocou os seus lábios sobre os lábios de Gina, quase como numa carícia. Foi com deleite que Gina deixou que a língua dele reconhecesse cada recanto da sua boca. Deixou-se beijar, sem tomar parte do processo, gozando apenas a sensação de se sentir completamente preenchida em tantos sentidos além da carne...
Há quem goste delas curtas, há quem as aprecie mais longas, mas para nós o tamanho não importa, uma história merece sempre ser contada.
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
10 comentários:
que MARAVILHA, anacê.
Amei.
Enquanto eu estiver a ler sobre zombies comedores de cérebro, se calhar é melhor manter-me longe daqui.
Eu sabia que não ias deixar o Thomas morrer!! SABIA!!
Só mesmo tu, romântica incurável e pouco pragmática, para imaginares um amor sem pénis!!!
;)
:)
É sempre bom que o amor e o romantismo vivam para além do sexo puro :)
e sim, também sou uma romântica incurável.
beijinhos Ana
Melissa Anacê parece nome de vitamina C. Ñada de desculpas, tens que dar o litro na porno, tanto quanto o resto da plebe.
Miguel é bom constactar que já me vais conhecendo um bocadinho.
Tu é que és o enfermeiro devolve o pénis ao homem. Pode ser que fique com algum de um transexual, quicá.
Se o amor sobrevive, ou não à falta de pénis já não sei, mas a Gina já levou tanto com ele que talvez precise de um descansozito, não?
Nuvem isto já estava a pedir um bocadinho de amor puro só para desintoxicar um bocadinho ;)
Desculpa, mas que porno?
O homem não tem pénis.
Melissa há mercado para todo o tipo de fetiche...
Eh pá a Ana sou eu, mas que raiva.
tu és a anacê.
Enviar um comentário