Gina beijou o rosto de Thomas, sorvendo cada lágrima que lhe molhava a pele, como se quisesse livrá-lo de toda a dor que sentia. As mãos dele percorreram a parte de dentro da curta camisa de noite e acariciaram-lhe a pele demasiado macia naquela zona sensível. Gina estremeceu e envolveu-o nos seus braços num abraço que lhe cortou o fôlego.
Thomas desprendeu-se e olhou-a repleto de uma frustração muda.
- Como é que vamos conseguir viver assim?
Gina pegou suavemente na mão dele e conduziu-a até à zona mais quente do seu corpo arrepiado.
- Há formas de continuarmos felizes Thomas. Eu quero acreditar que vamos conseguir sim. Por favor vamos pelo menos tentar.
A porta do quarto rangeu de forma assustadora e um rosto pueril assomou, olhando-os num misto de doçura e arrependimento. Daniel tinha mudado. Em vez de envelhecer, havia regressado à ingenuidade juvenil que perdera algures entre tanta loucura.
- Daniel? – A voz de Thomas estava enrouquecida, quase chocada.
O olhar de Gina caiu sobre o pedaço de tecido que Daniel segurava entre os dedos. Um tecido delicado, vaporoso que parecia libertar uma luz avermelhada como que por magia.
- Aqui o tem. O véu é seu, faça dele o que bem entender. Durante o internamento fui visitado por um padre que me curou. Isto já não exerce qualquer influência sobre mim.
Thomas tremeu, a simples imagem daquele véu era o suficiente para despertar nele mais náuseas do que podia suportar.
- Está com medo de quê? Força, pegue nele, queime-o, rasgue-o, abrace-o, consuma-o, eu já não quero saber. Vou ingressar no Seminário amanhã mesmo. Nada disto me toca, me afecta.
Gina estremeceu face à palavra Seminário, todas as memórias bíblicas da sua infância regressaram em catadupa, deixando-a a arfar. Apertou com força a mão daquele homem ao seu lado enquanto fitava Daniel.
- Estás mesmo bem Daniel?
Gina teve que desapertar os botões da camisa de noite que a asfixiava, toda ela era fogo. Seria a luz daquele maldito véu que a penetrava em silêncio?
- Já lhe disse que estou curado – Daniel atirou o véu na direcção do pai que o agarrou como se de uma chama se tratasse. O seu rosto ficou automaticamente púrpura assim que o tecido lhe tocou a pele e Thomas chamou o jovem que se afastava já.
- Espera Daniel!
O olhar de Daniel caiu sobre o pai, para logo se desviar para o peito generoso de Gina.
- Tenho uma proposta para te fazer. Um pedido.
O véu despertava cada poro da sua pele, ardia-lhe como ácido e as palavras voaram antes que tivesse tempo de pensar sobre elas.
- Fica connosco.
Gina pousou a mão sobre o véu e completou o pensamento de Thomas. Os dois eram agora um só, pensavam em uníssono, freneticamente.
- Fica Daniel. Serás a parte que nos falta.
Thomas beijou languidamente Gina, enquanto esta olhava Daniel suplicante, abrindo levemente as suas longas pernas e mostrando-lhe o caminho que deveria seguir...
Há quem goste delas curtas, há quem as aprecie mais longas, mas para nós o tamanho não importa, uma história merece sempre ser contada.
terça-feira, 29 de setembro de 2009
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7 comentários:
LOOOL Ana
passamos para um triangulo :)
Muito bem!!!
beijinhos
Ménage à trois!!!!? És mais retorcida do que aparentas minha menina...
Muito bem, muito bem mesmo!!
Upa, upa, que isto está a animar!!
;)
Ninguém viu o filme Farinelli il castrato? Pois bem me parecia. Eram dois irmãos, um castrado e outro com tudo no sítio. Um começava e outro acabava o serviço AH AH AH
Bem, mas aqui é diferente, o Farinelli só não tinha os tomates para cantar de fininho, o pobre do Thomas não tem o instrumento musical :) E ainda não sabemos se o Daniel vai querer continuar o serviço...
Ó Ana... mas achas que alguém viu esse filme. Tem ar de ser um filme para gente mais iluminada. O tipo de gente que tem um piano na sala e ouve música clássica!
;)
Miguel seu grande cão, tens razão, continuo a iludir-me com a intelectualidade da plebe.
Mas olha bem giro o filme e história veridica.
Agora toca a unir as pontas soltas, sendo que o Thomas não tem pontas para unir...
QUERO VER ESSE FILME HOJE, JÁ.
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